| 11/10/2006 18h27min
O ex-assessor da Presidência Freud Godoy acusou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI das Sanguessugas, de quebra ilegal de sigilo bancário.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, Freud e seu advogado, Augusto de Arruda Botelho, dizem que vão interpelar Gabeira junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), e pedem a instauração de inquérito pela Polícia Federal para averiguar as declarações de Gabeira publicadas na edição desta quarta do jornal O Estado de S. Paulo. Na reportagem Gabeira diz que a CPI vai apurar um suposto depósito de R$ 396 mil feito pelo investidor Naji Nahas na conta de Freud. O ex-assessor nega que tenha recebido o depósito e questiona a origem da informação.
– Pelo que se denota da matéria, houve quebra ilegal de sigilo bancário. Não há qualquer decisão judicial autorizando a divulgação ou acesso aos dados bancários seja de Freud, seja da empresa Caso (pertencente à mulher dele). Cabe ao deputado, fonte da matéria, explicar onde obteve essa falsa informação – diz a nota, na qual Freud informa que vai enviar ofício à CPI com os extratos de suas contas correntes.
Gabeira negou que tenha acusado Freud de receber dinheiro de Nahas. Segundo ele, a informação sobre o suposto depósito foi apresentada pelo jornal.
– O que eu disse é que existe uma pista que deve ser investigada. Isso não significa que ele seja culpado. Agora, se quiser interpelar, que interpele – afirmou o deputado.
Gabeira informou que vai pedir à CPI a quebra dos sigilos de três contas bancárias pertencentes à Caso.
– Esta é a questão mais importante agora. O Banco Alpha (que teria feito o depósito) é ligado ao Nahas e também tem ligações com a Telecom Itália. Temos que ver isso – disse o deputado.
Nesta terça-feira o policial federal aposentado Gedimar Passos isentou Freud de envolvimento na compra do dossiê contra candidatos tucanos. De acordo com a defesa apresentada por seus advogados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gedimar só citou o nome do ex-assessor da Presidência diante da promessa de liberdade feita pelo delegado da Polícia Federal Edmílson Bruno durante o interrogatório. Freud e Gedimar também já haviam trabalhado juntos. O delegado é o mesmo que fez as fotos do dinheiro do dossiê e as divulgou. Por isso, ele responde a inquérito e sindicância na PF.
Na segunda-feira, em defesa apresentada ao TSE, Freud já havia negado seu envolvimento no caso do dossiê, tendo confirmado apenas os contatos telefônicos com Gedimar.
De acordo com a PF, qualquer irregularidade que Edmílson Bruno tenha cometido será apurada e que Gedimar poderia ter retificado a declaração em relação a Freud quando foi ouvido por outro delegado, mas decidiu ficar em silêncio.
Nesta terça-feira, a justiça federal do Mato Grosso autorizou a quebra de sigilo de 650 linhas referentes a contatos telefônicos mantidos por Gedimar, Freud, Valdebran Padilha, Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Expedito
Veloso, petistas acusados no caso do
dossiê. Segundo a PF, o objetivo é investigar as chamadas telefônicas que eles possam ter feito entre si. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Diógenes Curado, "a quebra foi autorizada pela Justiça, mas ainda não está com a Polícia".
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