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 | 09/10/2006 22h23min

Freud Godoy confirma ligações telefônicas para Gedimar

Ex-assessora da Presidência negou que contatos tenham tratado do dossiê

O ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy confirmou nesta segunda que manteve contatos telefônicos e pessoais com o advogado Gedimar Passos, advogado preso com R$ 1,7 milhão que supostamente iria pagar um dossiê contra políticos tucanos. No entanto, ele negou que as ligações tenham sido motivadas pelas negociações em torno do documento. Segundo Freud Godoy, as relações se deram por que a empresa de segurança de sua mulher foi procurada para prestar serviços para o Comitê Central da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A justificativa de Godoy faz parte da defesa apresentada por ele nesta segunda-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na investigação eleitoral sobre a participação de Lula e outros integrantes do PT no escândalo do dossiê. Segundo ele, "todos, absolutamente todos esses contatos, versaram sempre sobre assuntos relacionados ao serviço a ser prestado” e foram feitos apenas no mês de agosto.

Também investigado na ação, Gedimar Passos afirmou na defesa ao TSE que iniciou os contatos com Jorge Lorenzetti, ex-coordenador do núcleo de inteligência e mídia da campanha de Lula, no mesmo mês. Ele nega que tenha visto o dossiê, mas declara ter sido contratado para analisar documentos em poder dos donos da Planam, empresa que coordenava o superfaturamento na compra de ambulâncias e que produziu o documento. Na defesa, Gedimar disse que periciar documentos não caracteriza crime.

Depois de ser preso, Gedimar Passos citou o nome de Freud Godoy no depoimento prestado à Polícia Federal. Ao TSE, Gedimar disse que falou em Godoy "apenas com vistas à promessa de liberdade do inquisidor naquela oportunidade".

Já Freud Godoy minimizou a citação de seu nome alegando que ela foi feita sem a obrigação da verdade, por uma pessoa que acabara de ser presa. Além disso, disse que a denúncia apresentada pela coligação PSDB/PFL tem por base reportagens publicadas em jornais e veiculadas na TV e por isso, segundo ele, não seriam suficientes para justificar uma ação eleitoral.

A investigação foi aberta no último dia 19 pelo corregedor eleitoral César Asfor Rocha, com o objetivo de averiguar se a campanha do PT cometeu abuso de poder político e econômico e se Lula se beneficiou de alguma forma do episódio. Além do presidente, de Freud Godoy e Gedimar Passos, são citados na denúncia o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, o ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o outro petista preso com o dinheiro, Valdebran Padilha.

Na defesa encaminhada pelos advogados de Lula, o presidente e candidato à reeleição diz que não teve qualquer envolvimento no caso e que sua candidatura não tirou qualquer vantagem eleitoral do episódio.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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