| 10/10/2006 21h55min
Um dos acusados de envolvimento no caso da compra de dossiê contra candidatos tucanos, o policial federal aposentado Gedimar Passos isentou nesta terça-feira o ex-assessor da Presidência Freud Godoy de envolvimento no escândalo do dossiê. A afirmação está na defesa apresentada pelos advogados de Gedimar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde, segundo os advogados, ele só citou o nome de Freud diante da promessa de liberdade feita pelo delegado da Polícia Federal Edmílson Bruno durante o interrogatório. Freud e Gedimar também já haviam trabalhado juntos. O delegado é o mesmo que fez as fotos do dinheiro do dossiê e as divulgou. Por isso, ele responde a inquérito e sindicância na PF.
Ainda de acordo com os advogados, Gedimar afirmou que a "autoridade policial não se conformava com a verdade, ou seja com o absoluto desconhecimento" da origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê. Ele disse ainda que "o conteúdo do depoimento reflete muito mais as apreciações de quem perguntava do que as verdade de quem respondia". Ele declarou também só ter tido conhecimento do dinheiro quando "dois desconhecidos levaram a quantia até ele".
Na defesa, os advogados de Gedimar argumentam que ele "não é filiado e nunca foi a nenhum partido político". Gedimar foi contratado pelo ex-chefe do núcleo de informação e risco do PT, Jorge Lorenzzetti para trabalhar no comitê de campanha da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele deveria analisar e testar a autenticidade de documentos.
Gedimar, porém, não explicou na defesa porque não citou o nome de Lorenzetti. Seus advogados argumentaram que no primeiro depoimento ele estava extenuado e moralmente abalado. Ele disse ainda que foi ouvido sem um advogado e sem um mandato judicial da Justiça Federal de São Paulo.
Advogado de Freud Godoy, Augusto de Arruda Botelho disse que seu cliente reagiu aliviado à defesa de Gedimar:
– Freud recebeu com alívio. Essa era uma questão que não havia sido respondida. A justiça está sendo feita finalmente – disse.
De acordo com a PF, qualquer irregularidade que Edmílson Bruno tenha cometido, será apurada e que Gedimar poderia ter retificado a declaração em relação a Freud Godoy quando foi ouvido por outro delegado, mas decidiu ficar em silêncio.
AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.