O empresário Valdebran Padilha, um dos dois petistas presos pela Polícia Federal no hotel Ibis, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão que seria usado na compra do Dossiê Cuiabá, contra o tucano José Serra, presta depoimento na sede da PF no Mato Grosso. A polícia quer que Valdebran esclareça as contradições entre seu depoimento e o de Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.

Lacerda foi identificado nas imagens do circuito interno de segurança do hotel como a pessoa que levou aos petistas o dinheiro que seria entregue ao empresário Luiz Antônio Vedoin em troca da papelada que supostamente comprometeria tucanos com o esquema dos sanguessugas. Em seus depoimentos à PF, Valdebran e Lacerda disseram que não se conheciam.

Entretanto, as imagens do circuito interno de televisão, segundo os investigadores, mostram os dois juntos no hotel. No depoimento, segundo seus advogados, Valdebran deve desmentir as versões para o episódio apresentadas pelo empresário Luiz Antônio Vedoin e pelo ex-chefe do serviço de inteligência do PT Jorge Lorenzetti.

Segundo os advogados de Valdebran, ele estaria no hotel apenas para acompanhar a troca dos documentos pelo dinheiro a pedido de Vedoin. Já o empresário disse à polícia que Valdebran foi quem lhe propôs a venda da papelada como tentativa de quitar uma dívida sua com os Vedoin. Lorenzetti também teria dito ter sido procurado por Valdebran para tratar do assunto.