| 01/09/2006 19h26min
Conhecido por seu carisma fora das quadras, o suíço Roger Federer deu outra mostra que é mesmo diferente. Em declaração curiosa e incomum no esporte, ele admitiu nesta sexta, que torceu e sofreu como um autêntico fã por um rival direto na chave do Aberto dos EUA. A única diferença é que este rival era Andre Agassi, tenista que se despede das quadras agora no Grand Slam.
Mesmo com jogo marcado para às 12h do dia seguinte, Federer disse que acompanhou até o fim o longo duelo entre o norte-americano e o cipriota Marcos Baghdatis, que teve duração de quase quatro horas e avançou na madrugada em Nova York. E ainda garantiu que se emocionou com a atuação do veterano na vitória apertada, somente no quinto set.
– Assisti até o fim. Foi fantástico, adorei –, relatou o número um do mundo.
– E fiquei nervoso com todo aquele equilíbrio, como se fosse um fã. Estava com frio na cama e ficava me escondendo no cobertor. Mas foi uma partida excelente e não me importaria de estar lá também para jogar cinco sets –, completou o bicampeão do Aberto dos EUA.
Apesar de ter ficado até tarde para acompanhar o segundo triunfo de Agassi na competição, Federer não acordou mal e passou sem problemas pelo britânico Tim Henman por 3 sets a 0. Ele não voltou a apresentar seu melhor tênis, mas ainda foi protagonista de um lance brilhante, que provocou risos do rival e aplausos da torcida que compareceu ao Arthur Ashe Stadium.
No terceiro set, após subida à rede, Henman enganou o adversário com um voleio mais profundo, na direção do corpo do rival. Sem espaço e tempo de reação, o suíço arriscou rebater a bola por entre as pernas e se deu bem. Henman ainda voleou de volta, mas já parado e rindo, levou a passada de um Federer meio sem graça.
– Dificilmente você tenta este tipo de golpe no jogo. Já nos treinos acontece toda hora –, garantiu o suíço.
– Mas para fazer isso na quadra central, você precisa ter a noção de que não está passando ridículo ou que você não parece um completo idiota –, brincou o jogador.
Henman, que chegou a parar após o lance mesmo coma bola ainda em jogo, não conseguiu evitar o riso, mas aproveitou para elogiar a habilidade do adversário.
– Realmente não há muito o que fazer num lance daqueles a não ser rir. Cheguei a achar que tinha sido um voleio perfeito, mas como ele não tinha tempo de pensar, fez aquilo. E fez muito bem –, admtiu.
Ao contrário das últimas vezes em que estiveram frente a frente, Henman não chegou a decepcionar nesta sexta. Ele fez um bom duelo e chegou a botar pressão no número um. Prestes a completar 32 anos e em queda sensível no ranking, ele garante ser exatamente estes momentos que o fazem sonhar ainda com a volta aos melhores dias.
– Eu posso ter perdido hoje, mas para falar a verdade, o jeito que joguei em certos momentos me deixam otimista. Acho que estou no caminho certo –, disse o britânico, Nº 62 do mundo.
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