| 23/05/2006 23h08min
Terminou pouco depois das 23h a acareação entre os advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas. Os dois são acusados de comprar o áudio de uma sessão reservada da CPI, mas entraram em contradição.
O CD foi vendido por Artur Vinicius Pilastre Silva, técnico de som que prestava serviço à Câmara por meio de empresa terceirizada. Os advogados representam integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e teriam repassado o teor das gravações ao principal líder do PCC, Marcos Herbas Camacho, o Marcola. Os três participarão de uma nova acareação marcada para quinta-feira.
Maria Cristina afirmou que foi enganada por Wesley e que não conhecia o conteúdo do CD com o depoimento dos delegados à CPI das Armas. Em desabafo à CPI, durante a acareação, ela disse que "vidas estão em jogo" e que quer a apuração da verdade.O deputado Paulo Pimenta (PT/RS), relator da CPI, chegou a oferecer a Maria Cristina transformar a sessão em reservada. Pimenta afirmou que Wesley tinha interesse no conteúdo do depoimento do cliente dele, Leandro Carvalho, justamente para protegê-lo e mostrar ao crime organizado que ele não havia dito à CPI segredos ou informações que pudessem incriminar qualquer facção criminosa.
O funcionário terceirizado da Câmara, Arthur Vinicius Pilastres, fez duas cópias do CD e disse ter entregado cada uma delas para os advogados. Maria Cristina nega ter ficado com uma das cópias ou conhecer o conteúdo dela. A advogada disse que tinha sido usada como laranja no caso.
Maria Cristina disse que devolveu, no mesmo dia, a cópia do CD ao próprio Artur Vinicius depois que Wesley foi embora. Disse ainda que devolveu o CD porque desde o início achou que tinha algo errado. A advogada disse também que Artur Vinicius ofereceu aos advogados mais serviços, para que acompanhasse outros processos em Brasília. Wesley negou e disse que não tem qualquer processo de cliente seu em Brasília.
Maria Cristina, em seu depoimento, havia despertado a ira dos deputados ao dizer que no email trocado com Arthur Vinicius a sigla "HC" era Hábeas-corpus, e não uma senha para obter mais documentos ligados a Marcola, cujo nome completo é Marcos Willians Herbas Camacho, ou HC, se considerada as iniciais dos dois últimos sobrenomes.
Nesta quarta, às 14h, ocorrerá uma audiência pública para debater o bloqueio de aparelhos celulares nos presídios brasileiros. Foram convidados os presidentes da operadora Claro, Luís Cosío, da Vivo, Roberto Lima, da Tim, Mário Cesar Pereira de Araújo, e da Oi, Luiz Eduardo Falco.
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