| 15/05/2006 14h36min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assegurou hoje perante o Parlamento Europeu que a com nacionalização dos hidrocarbonetos em seu país não "se expulsa ninguém, nem se expropria ninguém".
– Qualquer empresa que investiu em meu país tem todo o direito a recuperar seu investimento e as utilidades, mas não o controle. Serão sócios, não donos de nossos recursos naturais – disse Morales, em sessão solene no plenário da Eurocâmara.
Em seu discurso, o líder boliviano explicou a nacionalização como uma forma de prevenir a imigração econômica de latino-americanos à União Européia (UE).
– Para que haja segurança jurídica é necessário que haja previdência social – disse Morales.
Além disso, o presidente arremeteu "contra alguns meios de comunicação" que, segundo sua opinião, querem confrontar seu governo com o de outros países, entre eles, o brasileiro, por conta da decisão de nacionalizar o petróleo e o gás. Por outro lado, defendeu a distinção entre a produção de folha de coca e o narcotráfico.
– Os primeiros países a industrializar a folha de coca foram os europeus – afirmou.
Morales pediu o apoio da UE para que o ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada e o ex-ministro da Defesa Carlos Sánchez Berzaín, acusados de genocídio no país andino e que residem nos EUA, "sejam julgados na Bolívia". O presidente boliviano expressou sua "admiração" pela União Européia, mostrou seu compromisso com a "integração na América Latina" e apostou em formar entre os dois continentes "uma aliança estratégica pela vida".
Morales foi recebido com várias salvas de palmas e eurodeputados postos de pé nas fileiras dos grupos de esquerda, enquanto apenas alguns membros do Partido Popular Europeu, entre eles seu presidente, Hans Gert Poettering, e o espanhol José Ignacio Salafranca, assistiram à sessão.
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