| 16/12/2005 09h45min
A sociedade civil organizada marca presença na 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio, com mobilizações diárias e atos de protesto pequenos, mas simbólicos.
Hoje, cerca de 30 ativistas de diferentes países foram até o Centro de Convenções de Hong Kong, onde se realizam as reuniões ministeriais, para protestar contra a inclusão da água nos acordos sobre abertura do mercado de serviços. "Água Fora da OMC" dizia a faixa de protesto.
– A água não é uma mercadoria para ser negociada, é um direito a que todos devem ter acesso – justifica Maureen Santos, da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip). – Colocando a água nos acordos, vai facilitar a privatização em nossos paises.
Segundo ela, a Noruega já declarou que não incluirá a água nos acordos de comércio. Dos mais de 5 mil municípios brasileiras, 63 já privatizaram os serviços de água. Recentemente, Manaus promoveu o processo inverso - a reestatização.
– Onde a água foi privatizada, o preço subiu muito; famílias que não têm condições de pagar ficaram sem acesso e isso acabou causando problemas de saúde – conta.
Ela também alerta para o sistema pré-pago de água, em teste no Estado do Tocantins. Funciona como o sistema pré-pago de celular, onde o usuário compra um cartão com direito, por exemplo, a usar mil litros de água.
– É uma nova forma de privatização. Quando acaba o crédito, acaba a água. É um problema preocupante – avalia.
Maurenn conta que o sistema foi adotado em uma região de Johanesburgo, na África do Sul, onde antes eram usadas torneiras coletivas.
– As torneiras foram retiradas e instalados gerenciadores nas casas, com a ilusão de que também seria criado sistema de tratamento de esgoto. Isso não foi feito e as famílias estão sem água, pois não existem mais torneiras públicas.
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