| 01/03/2011 11h58min
Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, o titular da Delegacia de Crimes de Trânsito Gilberto Montenegro afirmou que o motorista que atropelou um grupo de ciclistas no bairro Cidade Baixa será indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Os agravantes são motivo fútil e redução da defesa da vítima.
O delegado não quis entrar na polêmica criada entre a Polícia Civil e o Ministério Público sobre o caso. Montenegro afirmou que respeita o MP e que não se sentiu contrariado com o fato do órgão ter pedido a prisão preventiva do motorista antes da Polícia Civil.
— Tenho um carinho grande pelo Ministério Público. O MP, a Polícia e o Judiciário devem trabalhar juntos para servir à sociedade — disse.
Sobre a demora em pedir a prisão preventiva de Ricardo Neis, Montenegro afirmou que não poderia fazer a solicitação judicial sem ouvir todas as partes envolvidas no atropelamento.
— Só tínhamos a versão dos ciclistas e precisávamos ouvir o atropelador. Estipulamos um período e ele se apresentou. Munido do depoimento dele, tivemos condições de formular o pedido completo, baseado em todos os lados — disse.
A Justiça deve decidir ainda hoje sobre o pedido de prisão do motorista. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. Até o momento, mais de 20 pessoas já foram ouvidas pela Polícia.
Na tarde desta terça-feira, uma clínica psiquiátrica da Capital informou que o funcionário do Banco Central buscou atendimento no estabelecimento nesta manhã. Segundo a clínica, ele foi atendido e deixou o local por volta das 15h. Não foram divulgadas informações sobre o tipo de atendimento realizado e nem a motivação do condutor para procurar a clínica.
VÍDEO: o momento do atropelamento
Entenda o caso:
Na sexta-feira, 25 de fevereiro, pouco depois das 19h, pelo menos 15 ciclistas foram atingidos por um Golf, na Rua José do Patrocínio, na área central de Porto Alegre. Oito deles foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro e liberados algumas horas depois. O motorista fugiu do local. O carro foi encontrado na madrugada de sábado, abandonado em um bairro da zona leste da Capital.
O motorista foi identificado pela polícia como Ricardo Neis, 47 anos, funcionário do Banco Central. Na segunda-feira, 28 de fevereiro, Neis se apresentou à Polícia Civil e alegou legítima defesa dele e do seu filho de 15 anos.
Veja no mapa o local do atropelamento:
Exibir mapa ampliado
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