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 | 22/05/2007 09h41min

STJ ouve hoje mais 13 suspeitos de envolvimento na Operação Navalha

Ministra quer ouvir todos os suspeitos ao longo desta semana

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ouve nesta terça-feira mais 13 suspeitos de envolvimento com a máfia de licitações fraudadas denunciada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Ao longo desta semana, a ministra quer ouvir as declarações de todos os suspeitos de integrar o esquema de fraudes a licitações públicas.

Pela manhã, devem ocorrer os depoimentos do deputado distrital Pedro Passos (PMDB), do secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeilson Teixeira Bezerra, do subsecretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Denisson de Luna Tenório, do representante do governo de Alagoas em Brasília, Eneás de Alencastro Neto, do diretor de Obras da Secretaria de Infra-Estrutura de Alagoas, José Vieira Crispim, e do diretor do Detran e ex-secretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Márcio Fidelson Menezes.

Pela tarde, a ministra Eliana Calmon ouve o assessor do Ministério de Minas e Energia Ivo Almeida Costa, o lobista Sérgio Luiz Pompeu Sá, o presidente da Companhia Energética do Piauí, Jorge Targa Juni, o prefeito de Camaçari (BA), Luiz Carlos Caetano, o assessor da prefeitura de Camaçari, Edílio Pereira Neto, e o empresário José Edson Vasconcelos Fontenelle.

Na segunda-feira, 12 investigados prestaram depoimento. Onze deles não estão mais presos. Sete foram liberados pela ministra Eliana Calmon, relatora do caso no Tribunal. Os outros quatro já estavam soltos por força de liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do próprio STJ. Segundo a assessoria da ministra, os benefícios foram concedidos porque já não havia mais razão para manter os investigados encarcerados.

Ontem, Calmon ouviu os depoimentos de Ernani Soares Gomes Filho, servidor do Ministério do Planejamento, Flávio José Pin, superintendente de Produtos de Repasses da Caixa Econômica Federal em Brasília, e Zaqueu de Oliveira Filho, servidor público do município de Camaçari (BA).

Ex-chefe de gabinete é preso por tentar destruir provas

O único investigado que prestou depoimento e continua preso é Adão Pirajara Amador Farias, ex-chefe de gabinete do deputado distrital Pedro Passos, que também foi preso pela Operação Navalha. Adão Farias foi detido ontem em flagrante pela Polícia Federal na casa dele por porte ilegal de arma e por tentativa de destruição de provas. Ele estava queimando documentos quando os agentes chegaram. O ex-chefe de gabinete foi levado imediatamente pelo STJ, onde ouviu a voz de prisão da própria Eliana Calmon. Depois de dar suas declarações, foi levado à carceragem da Polícia Federal em Brasília, onde estão os outros presos na operação.

Desafetos no Maranhão acusam Sarney

O depoimento mais longo foi dado pelo ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares, que chegou a ser preso pela operação, mas foi colocado em liberdade no domingo por uma liminar do STF. Durante uma hora e quinze minutos, o ex-governador defendeu-se da suspeita de beneficiar a empresa Gautama enquanto estava no cargo em troca de presentes. Um dos mimos recebidos teria sido um carro da marca Citroën, dado pela empresa a José Reinaldo Tavares em troca da vitória de licitação para pavimentar uma rodovia do estado. O ex-governador atacou o grupo político do senador José Sarney (PMDB-AP), seu desafeto:

– Esse grupo, que se aproveitava desse estado de pobreza para mandar, perdeu as eleições e acredito que nunca mais recupere – afirmou.

Já governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), que não teve o pedido de prisão aceito pelo STJ, também acusou o senador Sarney. Lago disse que o advogado do PMDB no Maranhão, Marcos Lobo, teria agido a mando de Sarney para prejudicar sua administração, mesmo sabendo que as denúncias iriam respingar nos aliados do senador.

Todos os suspeitos deverão ser ouvidos durante a semana

Ao longo desta semana, a ministra quer ouvir as declarações de todos os suspeitos de integrar o esquema de fraudes a licitações públicas. Foram marcados para sexta-feira os depoimentos da diretoria da Gautama – inclusive o do dono da empresa, Zuleido Veras. Entre os investigados com depoimentos marcados para terça-feira está o deputado distrital Pedro Passos, suspeito de ter recebido propina em troca da aprovação de emendas de interesse da Gautama.

Também na segunda-feira, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota oficial apoiando a ministra Eliana Calmon, acusada de ter se precipitado ao determinar a prisão de vários acusados na Operação Navalha, incluindo um ex-governador e políticos. A AMB acha que por trás dessas operações "está um Poder Judiciário forte e independente".

AGÊNCIA GLOBO
 
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