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 | 13/11/2006 18h40min

Ministro uruguaio defenderá fábricas de celulose nos EUA

Projeto gera conflito entre o Uruguai e a Argentina

O ministro da Economia e Finanças uruguaio, Danilo Astori, se reunirá a partir de amanhã com autoridades do Banco Mundial (BM), em Washington, para defender o pedido de empréstimos de duas fábricas de celulose, cuja construção gerou um grande conflito entre este país e a Argentina.

Astori se reunirá com vários diretores do BM antes que o Conselho Executivo do banco decida na próxima quinta se concede o empréstimo de US$ 170 milhões solicitado pela finlandesa Botnia, para financiar parte das obras de construção, disseram hoje fontes do ministério.

O embaixador uruguaio nos Estados Unidos, Carlos Gianelli, está definindo a agenda das reuniões - das quais também participará o secretário da Presidência uruguaia, Gonzalo Fernández -, mas a idéia é concretizar reuniões com o maior número de representantes com voto na decisão final, acrescentaram as fontes.

A espanhola Ence também pediu um empréstimo à Corporação Financeira Internacional (CFI) do Banco Mundial, mas o trâmite ficou momentaneamente bloqueado porque a empresa anunciou uma mudança de localização de sua fábrica de celulose, o que vai requerer novos estudos técnicos.

Em Washington, Astori e Fernández buscarão fazer frente às gestões realizadas na semana passada pela secretária do Meio Ambiente argentina, Romina Picolotti, para tentar bloquear os empréstimos.

A Argentina é contra a construção das fábricas de celulose nas margens do rio Uruguai, limite natural entre os dois países, com o argumento de que prejudicarão o meio ambiente da região, o que as autoridades uruguaias e as empresas negam.

A Corporação Financeira Internacional encomendou vários estudos técnicos independentes, que chegaram à conclusão de que as fábricas de celulose não poluirão o meio ambiente.

A Argentina denunciou o Uruguai na Corte Internacional de Justiça de Haia, por suposto descumprimento de tratados bilaterais, e o Uruguai fez o próprio no Tribunal de Controvérsias do Mercosul, devido aos bloqueios de pontes internacionais por moradores argentinos.

O investimento conjunto nas fábricas de celulose é de US$ 1,8 bilhão e, caso se concretize, será a maior na história do Uruguai.

EFE
 
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