| 10/10/2006 14h53min
O governo uruguaio devolverá à Argentina uma carta-queixa pela instalação de uma indústria química perto do Rio Uruguai, limite natural entre os países, confirmou hoje o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano. A carta foi analisada na segunda pelo presidente do Uruguai Tabaré Vázquez durante a reunião semanal do Conselho de Ministros, que decidiu devolvê-la.
A ação do governo argentino "é totalmente improcedente" por isso a carta "será devolvida", assinalou Gargano em declarações aos meios de imprensa locais. O chanceler qualificou de "surpreendente" a ação argentina.
Além disso, assinalou que a nota foi enviada diretamente à Direção Nacional do Meio Ambiente, do Ministério da Habitação, Ordenamento Territorial e Meio Ambiente.
– Essa é outra surpresa, porque os países se comunicam através dos ministérios de Relações Exteriores – assinalou Gargano.
A nota argentina assinala a inconveniência que se instale uma indústria química da empresa uruguaia Isusa nas proximidades do Rio Uruguai.
A indústria é destinada à elaboração de adubos e de ácido para a fábrica de celulose que a empresa Botnia constrói nas proximidades da cidade de Fray Bentos, de frente para as margens argentinas do rio.
O governo argentino e associações de moradores da cidade argentina de Gualeguaychú estão mobilizados há quase um ano contra o projeto de construção de duas fábricas de celulose perto de Fray Bentos, por considerá-las perigosas para o meio ambiente, o que é negado pelas autoridades uruguaias e as empresas.
O conflito por causa das fábricas de celulose das empresas Botnia e Ence surgiu de uma reivindicação à Corte Internacional de Justiça de Haia, que negou a solicitação argentina para uma paralisação cautelar das obras.
A espanhola Ence anunciou no mês passado que parou as obras no local escolhido inicialmente e que transferirá a fábrica para outro lugar do país.
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