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 | 02/12/2009 16h57min

Presidente eleito diz que Brasil terá de reconhecer legitimidade do pleito em Honduras

Lula reiterou que o país rejeita os resultados das eleições e que não pretende dialogar com Pepe Lobo

O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, conhecido como "Pepe", disse que não aceitará interferências externas no seu governo, em um recado direto para o Brasil e a Venezuela. Pepe Lobo afirmou que "o Brasil vai retomar a razão" e reconhecer a legitimidade das eleições por pressão da realidade política hondurenha, que, segundo ele, teria comprovado o respeito aos princípios democráticos.

As informações são do jornal chileno La Tercera, que publicou hoje uma entrevista de página inteira com Pepe Lobo. Na entrevista, o presidente eleito afirmou que: "O Brasil irá aceitar a realidade com o tempo. O Brasil vai retomar a razão à medida que se dê conta da realidade. A realidade é que as eleições reforçaram a nossa democracia."

A notícia foi reproduzida pela imprensa hondurenha, que destacou a frase de Pepe Lobo sobre o Brasil e a intenção do presidente eleito de iniciar um processo de governo de unidade com a inclusão do presidente deposto, Manuel Zelaya.

— Minha convocação é aberta. Não posso começar fazendo exclusões, porque isso tira a legitimidade da própria convocação. Há um processo que está em curso e deve seguir, por isso, convoco um diálogo amplo que tome conta das sensibilidade inclusive de quem esteve do outro lado nos últimos meses — disse Pepe, na entrevista ao jornal chileno.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que o Brasil rejeita os resultados das eleições em Honduras, realizadas no último domingo, e não pretende dialogar com Pepe Lobo — que foi eleito pela coligação de oposição ao presidente deposto, Manuel Zelaya.

— A reunião não precisaria ter uma posição conjunta. Não somos instância de deliberação sobre Honduras — disse Lula.

— O problema agora é muito mais de Honduras do que do Brasil — completou.

Em seguida, ele acrescentou:

— O golpista (Roberto Micheletti, presidente do Congresso Nacional, que assumiu a Presidência de Honduras em 28 de junho deste ano, com a deposição do presidente Zelaya) agiu cinicamente, deu um golpe no país e convocou eleição quando não tinha o direito de fazê-lo. Não dá para fazer concessão a golpista.

Na entrevista, Pepe Lobo afirmou ainda que não permitirá a ingerência do governo da Venezuela, que apoiou Zelaya — abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde 21 de setembro.

— Que (Hugo Chávez) não intervenha em Honduras porque não vamos permitir isso. Somos cuidadosos com a nossa soberania — disse ele.

AGÊNCIA BRASIL
 
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