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 | 30/11/2009 22h47min

Zelaya diz que EUA abandonaram democracia e legitimaram golpe em Honduras

Segundo presidente deposto, houve 70% de abstenção nas eleições

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos abandonaram a democracia e legitimaram o golpe de Estado ocorrido em seu país em junho. Em declarações por telefone ao portal equatoriano "Ecuadorinmediato", Zelaya assegurou que, segundo ele, houve 70% de abstenção nas eleições realizadas ontem, o que seria um castigo do povo hondurenho ao golpe de Estado.

- Os EUA, como é público, negociaram a posição de Honduras, abandonaram a posição democrática e estão reconhecendo o regime de fato, porque estão fazendo negócios políticos com eles, o que considero como um erro muito grande - ressaltou - O governo americano mudou sua política externa ao apoiar golpes de Estado como uma solução para os problemas políticos da região. É um erro muito grande, porque significa mais uma vez a força frente ao debate político, algo superado na década de 80 - completou Zelaya.

O presidente deposto insistiu em que não houve nenhuma punição aos golpistas, pois "continuam as mesmas autoridades, os mesmos militares, o mesmo presidente de fato (Roberto Micheletti), a mesma Corte de Justiça e o mesmo Congresso Nacional, a mesma Procuradoria".

- As autoridades dessas instituições continuam ameaçando a democracia hondurenha, que demonstrou sérias debilidades ontem (durante as eleições) porque houve uma abstenção de mais de 70% - apontou Zelaya.

Segundo o governante derrubado, ao não votar, o povo hondurenho expressou uma repulsa ao "retorno dos militares à vida civil em nosso país".

- É uma rejeição ao abuso de poder que existe neste país e é uma mensagem de transformação, de esperança para Honduras - afirmou.

Zelaya assegurou que Honduras vive em uma crise política profunda depois do golpe de Estado, situação que "não pudemos resolver, (mas) esperamos e temos confiança em que a razão e a verdade vão prevalecer sobre a mentira". Por isso, o presidente disse que continuará com sua luta política em defesa dos direitos de Honduras e que não dará "trégua" nessa tarefa.

Zelaya ainda afirmou que o virtual presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, "tem medo dos militares, não se pronuncia contra os golpes de Estado, tem medo das elites econômicas, tem medo das potências internacionais que estão nos impondo critérios e não fala da independência de Honduras frente à manipulação" contra o país.

EFE
 
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