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 | 27/02/2009 02h50min

Polícia pedirá quebra de sigilo telefônico de ex-assessor do governo do Estado

Cavalcante buscou informações sobre proteção a testemunha

Fabio Schaffner | Brasília  |  fabio.schaffner@gruporbs.com.br

A Polícia Civil do Distrito Federal irá solicitar à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos celulares do ex-representante do governo do Estado em Brasília Marcelo Cavalcante. O delegado-adjunto da 10ª DP, Aelio Caracelli, quer descobrir com quem Cavalcante vinha conversando antes de ser encontrado morto no Lago Paranoá, há 10 dias.

Em depoimento prestado na sexta-feira, a viúva de Cavalcante, Magda Koenigkan, disse que ele recebia ligações misteriosas, se afastava para atendê-las e falava baixinho. Depois, reagia afirmando não pertencer a “este mundo cheio de falcatruas”. Para Caracelli, o rastreamento pode ajudar a descobrir o motivo da morte de Cavalcante.

Fontes da Polícia Federal (PF) e da Secretaria Especial de Direitos Humanos confirmaram a Zero Hora que o ex-assessor havia manifestado interesse no programa de proteção de testemunhas do governo federal. Cavalcante não chegou a formalizar o pedido para ser incluído no programa, mas solicitou informações sobre seu funcionamento.

De acordo com Caracelli, relatos obtidos pelos investigadores sustentam que Cavalcante iria depor ao Ministério Público Federal (MPF) no dia 4 de março. A polícia trabalha com informações extraoficiais de que a proteção teria sido oferecida caso ele viesse a utilizar o mecanismo de delação premiada.

Delegado ouvirá pelo menos 10 amigos e familiares

Caracelli reuniu-se ontem com agentes da PF que estão acompanhando o caso. Ele descartou a necessidade de abertura de inquérito na esfera federal e sustentou que o atual estágio das investigações aponta para suicídio.

– O quadro sugestiona o suicídio, mas estamos trabalhando com todas as possibilidades. Não quero que pairem dúvidas sobre o que ocorreu – disse o delegado.

Na próxima semana, Caracelli deve receber os resultados dos exames periciais e as imagens das câmeras de segurança da Ponte Juscelino Kubitschek, sob a qual o corpo foi localizado. O delegado também analisa as ligações e mensagens de texto registradas nos celulares de Magda e da filha do ex-assessor, Marcela. Os aparelhos foram apreendidos depois que elas afirmaram ter recebido ligações nas quais Cavalcante manifestava inclinações ao suicídio.

Na tarde de ontem, Marcos Cavalcante, irmão do ex-assessor, depôs durante duas horas. A polícia não divulgou o teor do depoimento, e Marcos evitou a imprensa ao deixar a delegacia. Nos próximos dias, pelo menos 10 pessoas, entre amigos e familiares, serão ouvidas. Caracelli não descarta convocar Magda para um novo interrogatório. O deputado federal Claudio Diaz (PSDB), com quem Cavalcante trabalhava desde que foi exonerado pela governadora Yeda Crusius, também deverá ser chamado a depor.

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