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 | 19/02/2009 18h

Sem provas, PSOL apresenta nove suspeitas contra o governo Yeda

MPF afirmou que o partido não teve acesso a qualquer informação do processo junto ao órgão

Atualizada às 20h50min

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quinta-feira, o PSOL apresentou nove supostas denúncias contra o governo Yeda Crusius. O partido disse que teve acesso a provas, em gravações em vídeo e áudio, de pessoas que estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal. O partido não apresentou provas.

Por intermédio da sua assessoria de imprensa, o procurador da República Adriano Raldi afirmou que o PSOL não teve acesso a qualquer informação do processo junto ao Ministério Público Federal.

Parte das denúncias são da suposta distribuição de dinheiro irregular durante a campanha eleitoral de Yeda Crusius, em 2006. Cerca de R$ 500 mil teriam sido repassados pela empresa Mac Engenharia para Lair Ferst (réu na Operação Rodin), para o ex-secretário Delson Martini e para o marido da governadora, Carlos Crusius. Dessa reunião teriam participado também Aod Cunha, Chico Fraga e Rubens Bordini.

A deputada Luciana Genro afirmou, também, que o deputado José Otávio Germano teria sido gravado entregando R$ 400 mil para serem utilizados no segundo turno da campanha de Yeda Crusius. No encontro, Germano tinha dito que aquele era o seu "crédito político".

Outras gravações mostrariam o lobista Lair Ferst repassando R$ 400 mil para o dono da Albert Imóveis, que vendeu a casa da Rua Araruama para o casal Crusius. Segundo Pedro Ruas, o vídeo detalharia toda a negociação da compra da casa da governadora. Esse dinheiro seria uma parcela adicional aos R$ 750 mil pagos oficialmente pela casa.

O PSOL também afirmou ter provas da distribuição de um suposto "mensalinho" por uma assessora de Yeda e pelo ex-secretário Delson Martini a pessoas que Pedro Ruas não soube precisar a identidade. Ruas e Luciana garantiram ter visto os vídeos e escutado as gravações. O vereador diz que ficou impressionado com a qualidade das gravações, que teriam sido feitas por Lair Ferst com uma câmera escondida.

O que dizem os citados pelo PSOL:

Lair Ferst

O advogado criminalista Lúcio de Constantino, que representa o empresário Lair Ferst no processo referente à Operação Rodin, disse em entrevista ao Gaúcha Repórter que as informações divulgadas pelo PSOL são equivocadas. Constantino também declarou que não tem conhecimento de algum encontro de Lair Ferst com integrantes do PSOL e que não sabe de absolutamente nada da existência de gravações de imagens de seu cliente.

— Agora até fiquei entusiasmado, porque se tiver vídeo eu vou utilizar na minha defesa e aí concluo com tranquilidade todo o tratamento defensivo que está feito no processo — disse.

Aod Cunha

Dizendo-se "indignado" com a atitude da deputada Luciana Genro, o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha negou ter recebido qualquer contribuição para a campanha de Yeda Crusius. Aod disse que seu papel não era de arrecadar recursos; que participou da elaboração do plano de governo e teve inúmeros encontros com empresários para explicar as propostas de Yeda, não para tratar de financiamento de campanha.

— Poderia ter feito isso de forma legal, mas nunca recebi nem pedi um centavo sequer enquanto estive no governo. Posso até ter presenciado algum encontro em que se tratou de verbas para a campanha, mas eu nunca recebi nenhum cheque de empresários. A minha função na campanha não tinha esse intuito — garantiu.

Mac Engenharia

Por meio do advogado Felipe Pozzebon, o empresário Marco Antônio Camino garante que sua empresa, a Mac Engenharia, não fez qualquer doação para a campanha de Yeda Crusius. Pozzebon assegura que Camino também não teve encontro com arrecadadores de fundos para a campanha de Yeda. A deputada Luciana Genro (PSOL) disse hoje à tarde que Chico Fraga entregou uma doação de R$ 500 mil da Mac Engenharia em um encontro com Lair Ferst, Carlos Crusius, Aod Cunha, Rubens Bordini, Delson Martini e Marcelo Cavalcante.

Ministério Público Federal

Por intermédio da assessoria de imprensa, o procurador da República Adriano Raldi negou que que o PSOL tenha tido acesso a qualquer informação do processo junto ao órgão. Negou também que houvesse acordo de delação premiada com Lair Ferst e Marcelo Cavalcante no inquérito da Operação Rodin.

Governo do Estado

O governo do Estado divulgou uma pequena nota sobre o assunto. O texto se limitou a comunicar que o Ministério Público Federal desmentiu as acusações do PSOL.

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