Nem bem foi eleito para a Presidência do Senado, José Sarney (AP) já enfrenta a primeira crise na Casa em torno da composição da Mesa Diretora. O problema está numa disputa entre o PDT e o PR, ambos da base governista, pela 4ª Secretaria.

Com base no tamanho da bancada, caberia ao PDT a indicação para o titular da 4ª Secretaria. Entretanto, o PMDB quer entregar o cargo ao PR que aliou-se ao senador Sarney na disputa com o petista Tião Viana (AC) pela Presidência da Câmara.

Numa conversa com os pedetistas, o senador Wellington Salgado (PDMB- MG) disse que o PDT perdeu a eleição e, por isso, não teria direito de indicar o cargo na Mesa Diretora.

— Eles [o PMDB] compraram os votos do PR — retrucou o senador do PDT Cristovam Buarque (DF).

Tanto o PSDB, quanto o PT reafirmaram a necessidade do presidente do Senado, José Sarney, respeitar o critério da proporcionalidade e a indicação das bancadas na composição dos cargos da Mesa e das Comissões Permanentes.

O problema, segundo um senador do PT, é que o PMDB teria prometido a 4ª Secretaria, durante a campanha de Sarney, a dois senadores do PR: Wagner Malta (ES) e César Borges (BA).

Já o líder do DEM, senador Agripino Maia (RN), diante de toda confusão disse que o assunto está em suspenso até esta terça-feira às 15h, quando Sarney reúne os líderes para discutir a composição da Mesa.

— O clima é ruim e já está quebrado o critério da proporcionalidade. A própria disputa pelos petistas que tem a quarta maior bancada, pela Presidência da Casa, já quebrou a proporcionalidade — afirmou.