A produção industrial caiu em 10 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro, na comparação com o mês anterior. As quedas mais acentuadas nessa base de comparação, ocorreram no Rio Grande do Sul, Espírito Santo e região Nordeste.

No Rio Grande do Sul o recuou em outubro frente ao mês anterior foi de 5,5%, após avançar por dois meses consecutivos, acumulando ganho de 5,4%. O índice no Espírito Santo foi de -5,7% e no de -5,1%, abaixo da média nacional (-1,7%).

Se comparado com o mesmo período do ano passado, houve aumento em 10 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE na produção industrial, com destaque para o Pará (8,9%). No Rio Grande do Sul a taxa de aumento foi de 1,7%, superior à média nacional (0,8%), mas bem abaixo do observado em setembro (15,9%). Com isso, tanto o acumulado no ano (5,3%) como o acumulado nos últimos doze meses (5,4%) desaceleraram frente aos índices de setembro (5,7% e 6,1%, respectivamente).

Na comparação outubro 2008/outubro 2007, as taxas de crescimento no RS foram identificadas em nove dos 14 ramos investigados. As contribuições mais relevantes sobre a média global vieram de máquinas e equipamentos (23,8%), veículos automotores (12,5%) e alimentos (7,7%), sustentadas, principalmente, pelos avanços na fabricação de aparelhos de ar condicionado e tratores agrícolas; reboques e semi-reboques e carrocerias para ônibus; e carnes de bovino e arroz, respectivamente. Por outro lado, os principais impactos negativos vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-21,3%) e calçados e artigos de couro (-15,0%), pressionados, em grande medida, pelas reduções observadas em naftas; e calçados de couro femininos.

Os outros Estados que registraram alta foram Goiás (4,2%), Paraná (3,9%), Ceará (2,9%), São Paulo (2,5%), Pernambuco (2,2%), Amazonas (2,0%)e Minas Gerais (1,2%). O Rio de Janeiro também registrou expansão de 0,3%, mas ficou abaixo da média do país.

Os técnicos do IBGE observam no documento de divulgação da pesquisa que "vale mencionar que o mês de outubro, embora com um dia útil a mais que outubro de 2007, está marcado por quedas importantes em setores que concederam férias coletivas não planejadas ou efetuaram paralisações técnicas não programadas, num contexto de aumento da incerteza no ambiente econômico internacional". E prosseguem: "A influência desses fatores fica evidente no confronto entre o ritmo de produção do período julho-setembro com o de outubro: todos os locais, à exceção do Pará, mostraram perda de ritmo entre os dois períodos".

Houve recuo ante setembro, em São Paulo (-0,2%) Rio de Janeiro (-0,6%), Amazonas (-3,5%), Pernambuco (-3,1%), Minas Gerais (-1,9%), Santa Catarina (-2,2%) e Bahia (-3,9%). Houve aumento na produção ante mês anterior apenas no Pará (3,1%), Ceará (1,3%), Paraná (1,2%) e Goiás (2,5%).