Notícias

 | 02/12/2008 10h

IBGE: produção industrial recua 1,7% em outubro

Queda na produção de produtos químicos que atendem o segmento agrícola representam o principal impacto no setor

Os dados da produção industrial brasileira de outubro "já sugerem efeitos da mudança no cenário econômico na atividade do setor", segundo o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales.

O recuo de 1,7% na produção industrial em outubro em relação a setembro já reflete algum impacto da crise financeira mundial sobre o Brasil. Comparada ao mesmo período no ano anterior, avançou 0,8%, mas esse é o menor crescimento anual apurado mês a mês na indústria desde dezembro de 2006, segundo o IBGE.

De acordo com a pesquisa, a indústria de produtos químicos - que registrou queda de 11,6% na produção em outubro ante setembro — representou o principal impacto de queda na produção industrial no período.

Segundo Silvio Sales, a principal pressão negativa foi de fabricantes que atendem o segmento de agricultura. Esse grupo de produtos químicos inclui fertilizantes, tintas e resinas e também foi afetado por paralisações

A pesquisa apontou que houve perda de quase um ponto percentual no indicador industrial de 12 meses apurado em setembro (6,8%) para outubro (5,9%). Também houve queda de 0,6% no índice de média móvel trimestral que quebra uma seqüência de quatro resultados positivos e foi puxada por bens intermediários (2% de queda no trimestre encerrado em outubro ante o terminado em setembro) e bens de consumo duráveis (-0,9%).

Os automóveis perderam, em outubro, o posto de líder em crescimento da produção industrial que manteve até setembro de 2008. A produção de veículos automotores, que havia aumentado 20,2% em setembro ante igual mês do ano passado e acumulado um aumento de 17,6% de janeiro a setembro deste ano, desacelerou a expansão para apenas 4,1% em outubro. Na comparação com setembro, a produção de veículos automotores registrou queda de 1,4%, após um aumento de 0,5% em setembro ante agosto.

A economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do IBGE, disse que as férias coletivas na indústria automotiva provocaram a desaceleração.

O segundo principal impacto negativo na produção em outubro foi dado por refino de petróleo e álcool (-9%). O terceiro principal impacto de queda ficou com máquinas e equipamentos (-5,2%) e o quarto, com veículos automotores (-1,4%).

Sales sublinhou que os dados de outubro sofreram forte influência de paralisações, programadas ou não, e férias coletivas em segmentos produtores de bens duráveis (como automóveis) e bens intermediários:

— Talvez o primeiro efeito de uma crise mundial tenha sido tornar esses agentes (as empresas desses segmentos) o mais cautelosos possíveis.

Agência Estado
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.