| 15/10/2008 10h05min
A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou nesta quarta que a economia mundial está diante "de seu maior desafio desde a década de 20". Em função disso, pediu no Parlamento o apoio dos deputados ao pacote de resgate bancário aprovado por seu governo em conjunto com outros países.
Merkel alertou que, apesar de os mercados terem respondido bem à ação internacional, "o perigo ainda não passou". Defendendo a decisão de seu governo de intervir na crise, ela afirmou que "diante dos excessos vividos nos mercados, era necessário que o Estado assumisse o controle".
Ela recordou os pontos essenciais do programa, como os avais públicos no valor de 400 bilhões de euros para incentivar os créditos interbancários. Mencionou ainda a compra de pacotes de ações dos bancos particulares por 80 bilhões de euros para reforçar o capital das instituições. No fundo de emergência previsto para tramitar esse dinheiro, fluirão os citados
80 bilhões de euros, além de
outros 20 bilhões que o Estado reserva para o caso de ser necessário aplicar parte dos avais — o que Merkel já classificou de improvável.
— Ao todo são 100 bilhões de euros, valor incomensurável, necessário para salvar a economia e os cidadãos, e não os interesses dos bancos — declarou Merkel.
A chanceler reafirmou que, além deste primeiro pilar de "uma nova ordem financeira", será necessário um segundo, em escala mundial, cuja incumbência deverá ser reformular as regras internacionais dos mercados. Neste segundo bloco de reformas, será precido melhorar a transparência das agências de rating, que avaliam os produtos financeiros, e dotar o Fundo Monetário Internacional (FMI) de poder de supervisão.
Merkel anunciou a criação de uma comissão de analistas que desenvolverá propostas para o encontro previsto entre o G-8 (os sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia) e os países emergentes, ainda neste ano. Informou que o grupo será
liderado pelo ex-presidente do Bundesbank
Hans Tietmeyer, anúncio que desencadeou protestos da oposição, por se tratar de um expoente das correntes monetaristas e da liberdade dos mercados.
Entenda a crise:
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