O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nesta manhã, em Nova Délhi, na Índia, que o governo brasileiro poderá socorrer — com empréstimos — empresas que enfrentarem problemas por terem especulado no mercado financeiro, mas avisou que isso será feito caso a caso. Ele é um dos seis ministros que integram a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Reunião de Cúpula do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul).

— O princípio é o de não deixar as empresas ficarem desassistidas, mas, também, eu diria que não iremos fazer isso a qualquer preço — afirmou.

Ele explicou que o número de empresas que poderão enfrentar problemas com a crise é um dado considerado "estratégico", que deve ser de conhecimento apenas do Banco Central. As informações que circulam no governo dão conta de que mais de 200 serão atingidas pela alta da dólar. Ontem, porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não existe nenhuma lista de empresas com problemas cambiais.

Segundo Miguel Jorge, apenas pequenos bancos — sem qualquer impacto no mercado — tiveram prejuízos com essas operações em dólar:

— Claro que, mesmo sendo bancos pequenos, você não pode deixar que haja problema de liquidez nesses bancos. E o que está sendo feito: os bancos grandes comprando as carteiras e injetando dinheiro nesses bancos pequenos.

Ontem, o assessor internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo assegurou que as empresas não ficarão desassistidas, mas que a ajuda será dada com responsabilidade, seguindo-se todos os parâmetros legais.

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