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 | 10/10/2008 17h21min

Odebrecht rebate declarações do governo equatoriano

Construtora afirma que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre retirada do país

A construtora Norberto Odebrecht rebateu nesta sexta-feira as declarações do governo do Equador, publicadas pela imprensa nos últimos dias, de que o presidente Rafael Correa teria decidido expulsar a empresa do país e rejeitar um acordo a respeito dos problemas surgidos na hidrelétrica de São Francisco.  De acordo com os esclarecimentos, enviados à imprensa, o acordo, firmado no último dia 24, não é produto de uma proposta da empresa e, sim, da aceitação de todas as exigências do Estado equatoriano.

Diz a nota que o objetivo, ao aceitar essas exigências, era resolver o conflito com o governo, preservar os bens da empresa e principalmente garantir a integridade dos colaboradores - brasileiros e equatorianos. A construtora afirma que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial do governo equatoriano.

Há dois dias, o ministro de Setores Estratégicos, Galo Borja, teria dito que a decisão de expulsar a Odebrecht também foi motivada por falhas que a empresa teria cometido em projetos em andamento. Uma das reclamações seria a de que a empresa teria recebido verba antecipada para a obra da usina hidrelétrica Teoachi-Pilaton e que, até agora, não fez nada. 

Quanto ao adiantamento, a nota diz que a verba está sendo utilizada para atender necessidades das obras, como estudos e projetos e compra de equipamentos.  O impasse entre o governo equatoriano e a construtora começou no dia 23 de setembro, quando Correa assinou um decreto ordenando o embargo dos bens da Odebrecht, a militarização de todas as obras em andamento e proibição de que funcionários da empresa deixassem o país. 


Usina de problemas
Uma hidrelétrica construída pela empreiteira brasileira Odebrecht na Amazônia equatoriana é o pivô da crise:

> A usina hidrelétrica de San Francisco era responsável por 12% da produção de energia do Equador. A obra foi inaugurada há 14 meses, mas deixou de produzir em junho devido ao desgaste prematuro das rodas d’água das turbinas e ao desabamento parcial do túnel por onde passa a água.

> A Odebrecht havia se comprometido a resolver os dois problemas para que a usina voltasse a funcionar até 4 de outubro, mas não chegou a um acordo para indenizar o governo equatoriano. A empresa não vinha aceitando o pagamento do lucro cessante devido à paralisação da San Francisco, sob a alegação de que não estava previsto no contrato.

> No Equador desde 1986, a Odebrecht é uma das maiores construtoras do país. Orçada em US$ 282 milhões (R$ 674 milhões), a construção da hidrelétrica de San Francisco contou com um financiamento de US$ 243 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) brasileiro.

AGÊNCIA BRASIL
 
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