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 | 10/10/2008 16h03min

Ministro equatoriano diz que caso Odebrecht não deveria prejudicar relações com o Brasil

Ontem, Ministério das Relações Exteriores brasileiro anunciou primeira retaliação

Em declarações publicadas nesta sexta-feira no jornal equatoriano El Comercio, o ministro coordenador de Áreas Estratégicas do Equador, Galo Borja, diz que o impasse com a empresa brasileira Odebrecht não deveria colocar em risco as relações com o Brasil. Borja assegurou que seu país explicará "com clareza" as razões que levaram à possibilidade de expulsão.

— O problema é com uma empresa e não com o governo do Brasil. Estamos nos esforçando para esclarecer toda a série de irregularidades ( relacionadas com a Odebrecht).

Em nota divulgada ontem, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro anunciou a primeira retaliação: decidiu adiar, sem nova data definida, a ida ao país de uma missão chefiada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que iria discutir temas ligados ao apoio brasileiro a obras de infra-estrutura no Equador. A pauta incluiria o ambicioso projeto de ligação entre o porto equatoriano de Manta, no Oceano Pacífico, e Manaus, possibilitando a criação de um corredor interoceânico. A proposta prevê a construção de estradas, portos, aeroportos e hidrovias. A viagem ocorreria no dia 15 de outubro.

O Itamaraty disse também que as posturas do governo Rafael Correa “contrastam com as expectativas de uma solução favorável quando do recente encontro entre os dois presidentes em Manaus”, uma referência à reunião entre Lula e o líder equatoriano no início da semana passada.

Há duas semanas, o presidente equatoriano assinou decreto expulsando do país a Odebrecht, acusando-a de falhas na construção da usina hidrelétrica de São Francisco e proibindo seus executivos de deixarem o Equador. Um dia após conversar em Manaus com Lula, em 30 de setembro, Correa ameaçou expulsar do Equador também a Petrobras.

O vice-presidente da Odebrecht para América Latina e Angola, Luiz Mameri, disse que a empresa respeitará a decisão do Equador de expulsá-la e assumir suas obras no país.

Usina de problemas
Uma hidrelétrica construída pela empreiteira brasileira Odebrecht na Amazônia equatoriana é o pivô da crise:

> A usina hidrelétrica de San Francisco era responsável por 12% da produção de energia do Equador. A obra foi inaugurada há 14 meses, mas deixou de produzir em junho devido ao desgaste prematuro das rodas d’água das turbinas e ao desabamento parcial do túnel por onde passa a água.

> A Odebrecht havia se comprometido a resolver os dois problemas para que a usina voltasse a funcionar até 4 de outubro, mas não chegou a um acordo para indenizar o governo equatoriano. A empresa não vinha aceitando o pagamento do lucro cessante devido à paralisação da San Francisco, sob a alegação de que não estava previsto no contrato.

> No Equador desde 1986, a Odebrecht é uma das maiores construtoras do país. Orçada em US$ 282 milhões (R$ 674 milhões), a construção da hidrelétrica de San Francisco contou com um financiamento de US$ 243 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) brasileiro.

COM INFORMAÇÕES DA EFE
 
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