| 07/10/2008 18h11min
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta terça-feira novas linhas de financiamento às exportações, no total de R$ 5 bilhões, como havia adiantado na terça-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O presidente do banco, Luciano Coutinho, explicou que a linha, que foi batizada de pré-embarque especial, tem como objetivo suprir a carência atual de crédito à exportação em função das turbulências do sistema financeiro. Ele lembrou que o BNDES tem como objetivo complementar o esforço que já vem sendo feito pelo governo de ampliar a oferta de financiamento aos exportadores.
A linha terá prazo de 18 meses e taxa diferenciada por categoria. Ficou mantida a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, atualmente em 6,25% ao ano) para os setores de equipamentos industriais, infra-estrutura e equipamentos aeronáuticos. Já o custo de financiamento para os segmentos de bens de capital para o setor automotivo (caminhões, tratores) e bens de consumo
subiu.
Os dois
segmentos poderão escolher entre uma taxa fixa de 15% ao ano mais o spread (diferença entre o juro cobrado e a taxa de captação dos recursos) dos agentes repassadores ou uma taxa em moeda estrangeira que terá custo de no máximo 8% ao ano mais spread dos agentes. Pela primeira opção, o exportador pagará um pouco mais caro, mas estará protegido contra variações cambiais. Nas linhas tradicionais do banco, essa taxa fixa antes variava entre 8% e 12% ao ano, dependendo do segmento de atuação da companhia.
O BNDES decidiu ainda ampliar de US$ 50 milhões para US$ 150 milhões o limite estabelecido para que cada companhia do setor de bens de consumo acesse as linhas de crédito às exportações. Coutinho explicou que o objetivo de triplicar o limite de acesso às linhas é dar mais gás às empresas para que não paralisem suas exportações. O executivo destacou, porém, que o limite assegura uma maior distribuição entre as companhias.
Coutinho admite que a demanda pelas novas linhas
possa elevar ainda mais os
recursos do banco destinados à exportação em 2008. Até agosto, o BNDES liberou US$ 3,5 bilhões para o setor e a expectativa era chegar ao fim do ano com o patamar de US$ 6 bilhões, mas agora o executivo admite que esse patamar pode chegar a até US$ 8,5 bilhões.
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