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 | 31/07/2008 02h40min

Caso Detran: Lair diz que já efetuou saques outras vezes

PF impede retirada de R$ 200 mil por lobista

Atualizada às 02h40min Adriana Irion  |  adriana.irion@zerohora.com.br

Ao tentar sacar a primeira de duas ordens de pagamento de R$ 100 mil em seu nome, o lobista Lair Ferst, réu no processo da fraude milionária do Detran, foi surpreendido na manhã de ontem pela presença de delegados federais numa agência bancária da Capital. Os agentes impediram o saque com base numa decisão judicial. Os federais estavam articulados desde terça-feira para flagrar Lair. Conforme a força-tarefa da Operação Rodin, o lobista tentou burlar determinações da Justiça Federal.

O lobista, tido como um dos mentores da fraude de R$ 44 milhões do Detran, está, assim como outros suspeitos do caso, com bens bloqueados pela Justiça desde novembro. Os réus só podem movimentar de suas contas os valores necessários para subsistência. Se recebesse na conta os R$ 200 mil, Lair não poderia retirar o dinheiro. Por isso, tentou fazer a transação por ordem de pagamento.

— Já fiz isso outras vezes e não deu problema — disse ao sair da PF.

A afirmação do lobista fará com que a força-tarefa da Rodin intensifique a apuração sobre possíveis movimentações financeiras dele nos últimos meses. As autoridades querem explicações do banco envolvido na operação - o HSBC, segundo o procurador da República Alexandre Schneider. Um dos participantes da Operação Rodin, Schneider explicou ontem que o objetivo do bloqueio dos R$ 200 mil é o mesmo que motivou a indisponibilidade dos demais bens dos réus:

— A medida é para resguardar a possibilidade de ressarcimento (do dinheiro desviado na fraude) aos cofres públicos.

— Tenho liberdade para fazer essa movimentação. A origem do dinheiro é legal, já comprovei. Por isso, vamos recorrer dessa decisão — ressaltou Lair depois de prestar depoimento.

O advogado do lobista, Alexandre Wunderlich, acrescentou que a PF já recebeu documentos que comprovam o empréstimo e também que a pessoa que o fez tinha o valor declarado no Imposto de Renda.

Lair disse ter recebido os R$ 200 mil - por meio de duas ordens de pagamento - a título de empréstimo pessoal de um amigo, cujo nome foi revelado apenas à PF. O amigo, que é gaúcho, trabalha fora do Estado, e a transferência de dinheiro foi interestadual. Lair sacaria R$ 100 mil ontem e o restante hoje. Disse que o dinheiro era para "despesas pessoais".

Jefferson Botega / 

Ferst garante que os recursos que tentava movimentar são legais
Foto:  Jefferson Botega


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