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 | 28/07/2008 03h10min

Minuta esquenta polêmica sobre casa de Yeda

Documento sobre negociação do imóvel foi entregue ao MP de Contas

Um novo documento relacionado à polêmica compra da casa da governadora Yeda Crusius, no bairro Vila Jardim, zona norte da Capital, em 2006, já está nas mãos do titular do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, que investiga o caso.

Quatro meses antes de o imóvel ser adquirido por Yeda, teria ocorrido negociação com outro interessado pela casa. O documento trazido a público e que começará a ser analisado pelo MP de Contas esta semana é uma minuta (rascunho) de contrato particular de compra e venda entre o antigo proprietário da casa, Eduardo Laranja, e o casal José Luís Borsatto e Maria Fernanda Prado Borsatto. Publicado pela revista Veja, o contrato menciona que, antes de ser vendido a Yeda por R$ 750 mil, o imóvel teria sido oferecido ao casal por R$ 1 milhão.

O advogado do PSOL, Pedro Ruas, entregou o material ao Ministério Público de Contas na sexta-feira como um indício de que o valor de compra da casa no contrato assinado por Yeda poderia ser inferior ao montante real da transação. À revista, Borsatto afirmou que foi comunicado da desistência de Laranja em lhe vender a casa depois de ter reunido o valor que havia sido pedido e prometido por ele.

— Quando consegui todo o dinheiro, o corretor me disse que tinha vendido o imóvel à governadora. Foi R$ 1 milhão — disse o empresário, sem revelar a identidade do corretor.

A minuta de contrato não prova que o imóvel tenha sido oferecido por esse valor, nem mesmo que a transação entre Laranja e Borsatto tenha sido alinhavada. A minuta contém apenas a assinatura de Borsatto. Laranja, que poderia confirmar ou não a autenticidade do documento, não havia sido encontrado.

A governadora tinha sido notificada pelo Ministério Público de Contas no dia 14 a prestar esclarecimentos sobre a compra da casa, em razão de representações de PSOL, PV e PT. As dúvidas sobre o negócio surgiram durante as investigações da CPI do Detran. Um dos depoentes, o delegado Luiz Fernando Tubino, mencionou a suposta existência de um cheque do lobista Lair Ferst, com cópia que estaria em poder da Polícia Federal (PF), que teria sido utilizado na transação.

Yeda, Lair e a PF desmentiram a existência do cheque, mas o assunto passou a ser tratado nas sessões da CPI e chegou ao Ministério Público de Contas, turbinado pela recusa da governadora em exibir documentos sobre o assunto.

No dia 22, o advogado de Yeda, Paulo Olímpio Gomes de Souza entregou as justificativas da governadora em um documento de 14 páginas detalhando a origem dos recursos usados na compra da residência pela governadora e mais 14 documentos.

Contraponto
O que disse Paulo Olímpio Gomes de Souza, advogado da governadora Yeda Crusius

Trata-se de um documento particular. Amanhã (hoje) vou examiná-lo e depois vamos tomar as medidas cabíveis. Estranhável que se apresente documento assinado pelo promitente comprador. Não tem nenhuma validade jurídica.

ZERO HORA
Divulgação / 

Casa adquirida por Yeda e o marido em dezembro de 2006, no bairro Vila Jardim
Foto:  Divulgação


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