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 | 17/06/2008 14h02min

Indústria e pecuaristas devem firmar parceira para vender gado em pé, concordam especialistas

Convidados do Pergunta Brasil listaram pontos que podem fortalecer tendência nacional

Três especialistas em pecuária de corte estiveram presentes no programa Pergunta Brasil desta terça-feira, dia 18, e definiram pontos de melhoramento para a exportação do gado em pé brasileiro. Debatendo a questão “O aumento das exportações de animais vivos é positivo para o agronegócio?”, os convidados divergiram, mas concluíram que a aproximação entre indústria e pecuarista, unida a uma política cambial justa, à valorização da produção e à redução do custo de transporte são estímulos positivos ao crescimento da exportação de gado vivo.

Representando a indústria, o presidente do frigorífico Mercosul, Augusto Cruz, defendeu o papel do setor na abertura do mercado externo e se posicionou desfavorável à comercialização brasileira do gado em pé.

– Eu vejo com bastante preocupação, principalmente porque o país deveria tentar exportar o maior número de produtos com valor agregado possível – declarou Cruz.

Para ele, a iniciativa adotada faz com que o Brasil deixe de alavancar a produção nacional. Opinião da qual não compartilham o presidente do Serviço de Informação da Carne (Sic), Carlos Viacava, e o diretor operacional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Juan Lebrón. Ambos debateram o assunto direto do estante do Canal Rural na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), em São Paulo, e defendem a ampliação das exportações de gado em pé por verem nesta uma oportunidade encontrada pelo produtor depois de um longo período de crise.

– A indústria está se mobilizando no sentido de ser contra a exportação de boi vivo, que foi uma solução que o pecuarista encontrou – disse Juan Lebrón, e acrescentou:

– Há três anos atrás nós tivemos um problema de confinamento, pois o custo era enorme. Agora vivemos o momento contrário.

A unanimidade sobre a questão se deu, no entanto, quando Augusto Cruz descreveu o papel da indústria na tentativa de reerguer o país no momento de crise.

– Não posso aceitar que no momento de excesso de oferta a indústria não fez nada. A indústria abriu mercado para que o Brasil oferte esse ano US$ 5 bilhões. Tomamos muitos calotes ao desenvolver novos clientes no Exterior, tivemos muito trabalho até inserir esse produto (o gado) no mercado – argumentou.

Cruz acabou amparado por Lebrón, que apontou como positiva a nova tendência adotada pela indústria sobre valorização do profissional e melhoramento do produto. Além disso, Carlos Viacava citou a política cambial como mais um ponto a ser evoluído em benefício às exportações brasileiras relativas à carne.

– Todo o setor agrícola brasileiro está sofrendo demais com essa política cambial suicida – declarou Viacava.

O presidente do SIC aposta na ampliação das comercializações, a ponto de que o Brasil alcance a marca de US$ 9 bilhões ao ano.

– Com isso todo mundo ganha mais dinheiro, o frigorífico, o pecuarista – garante.

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