– Estamos quebrando alguns paradigmas no Brasil. Os órgãos responsáveis por garantir a inocuidade dos alimentos estão realizando um trabalho integrado e programado não só para o consumidor brasileiro, mas para o de outros países, dada a importância do país como grande exportador desses produtos.

A declaração foi dada pelo diretor de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Nelmon Costa, durante a abertura da 5ª Reunião da Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (Copaia 5), essa semana, no Rio de Janeiro (RJ).

O diretor citou a articulação entre Ministérios da Agricultura, da Saúde e da Justiça e Ministério Público para “garantir o direito sagrado do consumidor de ter alimentos saudáveis em sua mesa”. Como resultado desse trabalho, a diretora de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Maria Cecília Brito mencionou os casos do açaí na região Norte, em que foi detectada a presença do agente causador da doença de Chagas; da adulteração do leite, ocorrida em Minas Gerais no segundo semestre de 2007; e dos fungos causadores do “beribéri”, provenientes da estocagem incorreta de arroz, pelos pequenos produtores do Maranhão.

– Não basta ter o controle do processo produtivo, é preciso estar atento à produção primária – enfatizou Maria Cecília.

Já o custo social e as barreiras sanitárias impostas por problemas com segurança dos alimentos foram colocados como cruciais pelo gerente de Vigilância em Saúde e Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa.

De acordo com ele, um estudo mostrou que cada caso registrado de contaminação por alimentos custa mil dólares canadenses ao Estado e 75% deste custo decorre dos dias ausentes do trabalho. Ainda segundo o gerente da Opas, hoje, a contaminação por alimentos, com a globalização, deixou de ser local e chega a gerar alertas em vários países.

A Copaia é uma preparatória da 15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA 15), e contou com participação de ministros de 35 países.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA