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 | 10/06/2008 17h38min

Conselho Internacional de Grãos diz que preço de cereais continuará alto durante a próxima década

IGC atribui alta no valor do petróleo como uma das causas

Após alcançar valores recordes, o preço dos cereais irá se estabilizar, mas deve manter-se elevado durante a próxima década como conseqüência do aumento da demanda, da redução das reservas e de um alto valor do petróleo. Esta é uma das principais conclusões da conferência anual do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), que aconteceu nesta terça-feira, dia 10, em Londres.

Em seu discurso de abertura, o diretor-executivo do IGC, Etsuo Kitahara, afirmou que a previsão para a colheita de 2008/2009 continua sendo "incerta" e que, enquanto no caso de alguns cereais como o trigo a oferta vá aumentar, no de outros os preços diminuirão – especialmente o milho –, o que faz com que as reservas possam permanecer "muito justas".

O executivo do IGC destacou vários fatores que impulsionam os preços dos cereais, como o aumento da demanda mundial, a alta do petróleo – o que encarece os pesticidas –, a agitação dos mercados e um crescente investimento especulativo.

Os últimos cálculos do IGC são de que as reservas totais de cereais em 2008 e 2009 alcançarão 262 milhões de toneladas, 1% a menos que no ano anterior, queda que no caso do milho será de 23%.

O diretor de política de segurança alimentar e mercados do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Henk-Jan Brinkman, previu durante a conferência que, apesar de os cereais alcançarem seu preço máximo em 2008 ou 2009, o valor dos mesmos permanecerão elevados pelo menos durante os próximos dez anos.

Biocombustíveis

Entre as questões abordadas pelos diferentes conferencistas também esteve a dos biocombustíveis, que ultimamente foram apontados como a causa da alta dos preços dos cereais. Keenum disse que durante 2008/2009 será cultivado 20% mais milho nos Estados Unidos para a produção de etanol.

A este respeito, o IGC prevê que o cultivo de milho para este objetivo crescerá no mundo todo 31% no próximo ano. Por outro lado, Brinkman discutiu o efeito que os altos preços dos cereais têm para as pessoas mais pobres.

Ele afirmou que, apesar de os preços terem diminuído, eles continuarão sendo suficientemente altos para terem grandes conseqüências para milhões de pessoas, especialmente para as crianças.

EFE
 
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