| 16/04/2008 20h33min
O acordo dentro da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) corre o risco de não sair se Estados Unidos e Europa se negarem a abrir seus mercados agrícolas ou reduzirem os subsídios para seus produtores rurais. O alerta foi feito nesta quarta, dia 16, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da 30ª Conferência Regional da FAO para América Latina e Caribe.
– O Brasil não precisa ganhar, mas Estados Unidos e Europa têm de ceder. Quem tem que ganhar são os países pobres – disse Lula.
A abertura do mercado agrícola e a redução dos subsídios são as principais queixas das nações pobres e em desenvolvimento nas negociações de Doha. Em contrapartida, os países ricos querem ter acesso ao mercado de serviços dos pobres.
A FAO é o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) que cuida das áreas de agricultura e alimentação.
Petróleo tem influência na alta dos preços dos alimentos
Durante sua participação na Conferência Lula voltou a defender os biocombustíveis brasileiros da acusação de serem responsáveis pela falta e aumento do preço dos alimentos. Segundo o presidente brasileiro, enquanto o biocombustível é apontado como culpado, poucos criticam o impacto negativo da alta do petróleo na produção de alimentos.
– Meu espanto é maior quando constato que são poucos os que mencionam o impacto negativo do aumento dos preços do petróleo nos custos de produção e transporte dos alimentos, sobre os custos das produções de fertilizantes. É sempre mais fácil escolher respostas simplistas, esconder interesses econômicos e agendas políticas por trás de supostas preocupações sociais e ambientais. Os biocombustíveis não são o vilão que ameaça a segurança alimentar das nações mais pobres – afirmou Lula.
O presidente convocou os líderes da América Latina e Caribe a participar da Conferência Internacional de Biocombustíveis, que será realizada em novembro, em São Paulo. Para Lula, os países pobres não podem fugir desse debate.
Lula criticou também o desinteresse das nações ricas em acabar com a fome mundial e destacou o fato de o Brasil ter assumido o compromisso de aumentar sua produção agrícola. Ele ressaltou, porém, que é preciso adotar “políticas globais comprometidas com a superação do problema”. O presidente considerou lamentável o fato de os países desenvolvidos só reagirem com mais empenho em situações de emergência.
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