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 | 15/04/2008 02h36min

Secretário de Canoas provoca deputados em sessão da CPI do Detran

Chico Fraga depôs por mais de cinco horas entre a noite de segunda e a madrugada de terça

Adriana Irion  |  adriana.irion@zerohora.com.br

Nas cerca de cinco horas e meia de depoimento, o secretário de Governo de Canoas, Chico Fraga, foi um obstáculo à artilharia que a oposição vinha empregando nas mais recentes sessões da CPI do Detran.

Muito diferente do que ocorreu no depoimento de outros indiciados da Operação Rodin, Fraga não só levantou o tom de voz ao responder a deputados, como conseguiu manter debates sem ser interrompido.

Esse foi o clima no plenarinho da Assembléia Legislativa durante toda a sessão, que terminou pouco depois das 2h. Às 22h17min, o advogado de Fraga, Ricardo Cunha Martins, pediu questão de ordem para reclamar que o deputado petista Elvino Bohn Gass estaria fazendo uso de dados não-atinentes ao foco da CPI. Naquele momento, estavam sendo mostrados no telão reportagens sobre o patrimônio de Fraga e fotos de imóveis que supostamente seriam dele ou de familiares.

Pouco antes da intervenção do advogado, Fraga havia dirigido uma ameaça a Bohn Gass:

— Vamos sair dessa seara, deputado, se não vou começar a repetir coisas que ouvi sobre o senhor. Não aceito provocação. O senhor está demonstrando que é um jogo político, que quer chegar na Yeda, no deputado Padilha. Não faça essas alusões que vou achar que está indo para o lado político.

O deputado seguiu mostrando imagens e perguntando sobre negócios e relações de Fraga.

— O senhor está bem informado, por isso que acho que é fustigação política. Não vai me tirar do sério, vou passar a noite sorrindo. E só vou falar sobre o Detran — disse Fraga.

Às 22h40min, houve a intervenção do presidente da comissão, deputado Fabiano Pereira (PT), pedindo a Fraga que evitasse respostas ultrajantes ou lacônicas em relação aos deputados. À 1h15min, um pedido de interrupção do depoimento feito pelo advogado do depoente provocou uma inusitada discussão entre Fraga e Pereira (leia no blog da Rosane de Oliveira).

Sobre a reunião que teria ocorrido na Assembléia no dia 9 de maio para tratar do pagamento de propina do esquema Detran, Fraga negou ter participado. Se apegou ao fato de seu nome não constar no registro de ingresso da Casa naquele dia. E disse ter se colocado à disposição da Polícia Federal para fazer acareação com os outros indiciados que teriam estado no encontro.

A reunião com a presença de Fraga fora confirmada no plenarinho horas antes, durante o depoimento de Luiz Carlos de Pellegrini, ex-presidente da Fatec. No final da sessão, Bohn Gass propôs que se fizesse a acareação entre os envolvidos (o ex-secretário executivo da fundação Silvestre Selhorst participou do encontro), sob a alegação de que um deles "mentiu".

Marcos Nagelstein  / 

O advogado Ricardo Martins (E) reclamou de questionamentos feitos a Chico Fraga
Foto:  Marcos Nagelstein


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