O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) apresentou nesta sexta-feira um balanço de seus gastos com contas "tipo B", no período em que ocupou o ministério do Desenvolvimento Agrário, no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o site G1, o parlamentar cobrou que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhe o seu gesto e coloque também à disposição suas contas com o cartão corporativo, substituto das contas "tipo B", nas quais se usava cheques.

Jungmann ocupou o cargo de ministro de 1996 a 2002. Com base eleitoral em Recife, durante quase todo esse período ele se hospedou em hotéis na cidade. O ex-ministro explica que havia transferido sua residência para Brasília, não tendo mais nenhum imóvel onde pudesse se hospedar na capital pernambucana. Outro gasto que o deputado se apressou em explicar foi de R$ 60 com uma massagem no hotel Othon Palace, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 2001. Ele argumentou que tem um problema constante de coluna e teve um mal estar no dia, necessitando de uma massagem. A justificativa conta em sua prestação de contas.

A atitude do ex-ministro de abrir as contas foi tomada justamente depois que esse gasto com massagem foi publicado em veículos da imprensa. O parlamentar pediu que o atual governo encaminhasse todas as suas notas para deixá-las para livre consulta. Jungmann insinua que o fato dessa despesa ter vazado aponta a possibilidade do governo ter informações em formato de dossiê com conteúdo mais abrangente do que o já divulgado, tendo como alvo o ex-presidente FH.

— A gente fica vendo que tem dossiê. Se nem eu não lembrava, como alguém teve acesso a isso? Se não é dossiê, quem está bisbilhotando as contas? — questionou o ex-ministro, dizendo esperar que seu gesto sensibilizasse o governo a abrir as contas sigilosas dos cartões corporativos: — Se o presidente Lula não abrir suas contas, estará moralmente derrotado.