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 | 04/04/2008 04h27min

Jornal revela que dossiê contra FH saiu pronto do Palácio do Planalto

Arquivo da Casa Civil detalha como foi montado o documento com gastos da gestão tucana

Uma cópia de arquivo extraído diretamente da rede de computadores da Casa Civil mostra que o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da sua mulher, Ruth Cardoso, e de ministros tucanos saiu pronto do Palácio do Planalto. É o que revela reportagem desta sexta-feira do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, o documento afasta a possibilidade de que tenha havido adulteração nas informações arquivadas pela Casa Civil que o governo chama de base de dados, feito de forma paralela ao sistema de controle de gastos de suprimento de fundos (Suprim).

Com 27 páginas e 532 lançamentos de despesas ao todo, o documento mostra que às 15h28min do dia 11 de fevereiro a Casa Civil começou a lançar nas planilhas dados colhidos de processos de prestações de contas dos gastos de suprimentos de fundos da Presidência entre 1998 e 2002. Os processos foram retirados do arquivo morto, guardado num prédio anexo do Planalto.

No período de uma semana, foram criadas pastas diferentes para 1998, ano da reeleição de FH, e para os quatro anos do segundo mandato. Foram agrupadas também as despesas de Ruth, da chef de cozinha Roberta Sudbrack e de dois ministros, Eduardo Jorge (Secretaria-Geral da Presidência) e Clóvis Carvalho (Casa Civil e Desenvolvimento), além de Arthur Virgílio, senador tucano que exerceu o cargo de secretário-geral da Presidência.

O documento mostra como estava essa base de dados da Casa Civil até 18 de fevereiro, mais de um mês antes de a revista Veja divulgar a existência de um dossiê que seria usada para intimidar a oposição na investigação sobre despesas do governo Lula com cartões corporativos. As planilhas, repletas de registros de compras de bebidas alcoólicas, trazem anotações que poderiam orientar os aliados governistas nos trabalhos da CPI, que na data da criação do arquivo ainda não havia sido instalada.

Segundo reportagem do jornal do dia 28 de abril, a ordem para a confecção do dossiê foi dada pela secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff.

Por meio de nota de sua assessoria na quarta-feira, a Casa Civil havia levantado a possibilidade de que o documento teria sido montado a partir de fragmentos da base de dados do Planalto. Segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, as pastas do arquivo mostram que nada foi mudado no relatório de 13 páginas que circulou no Congresso — o dossiê que chegou às mãos de parlamentares saiu como estava arquivado nos computadores da Casa Civil.

 
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