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 | 14/02/2008 15h27min

Senadora pede rigidez do governo na negociação com União Européia

Kátia Abreu (DEM-TO), apontou falhas de fiscalização no Sisbov e criticou o ex-ministro da Agricultura, Pratini de Moraes

A vice-presidente de Secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), fez um apelo na quinta, dia 13, durante audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, para que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, adote uma postura mais dura nas negociações com a União Européia (UE) e não entregue a lista de 300 propriedades habilitadas a exportar carne bovina para os países do bloco.

– Essa lista de Schindler é imoral. Vamos endurecer o jogo, porque se fechar em 300 fazendas, garanto que vamos ficar nisso por muitos anos. Se somos grandes exportadores hoje, devemos isso ao esforço do produtor – disse a senadora numa alusão ao filme que conta a história de como Oskar Schindler conseguiu salvar judeus da morte durante o Holocausto.

Para a senadora, a lista vai condenar mais de 15 mil propriedades rurais recadastradas no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov).

– Faço uma súplica para que não deixe fazer isso contra os pecuaristas que cumprem suas obrigações, bancando a rastreabilidade. Não vale nada o investimento do produtor? Quem será responsabilizado para termos o dinheiro de volta? – questionou.

Kátia Abreu apontou falhas de fiscalização no Sisbov e criticou o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes, que atualmente preside a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), dizendo que ele aceitou as exigências da UE quando estava à frente da pasta. A senadora repreendeu ainda a postura dos frigoríficos que, segundo ela, não remuneram adequadamente o produtor pelo boi rastreado e estão “comemorando a situação”, por causa de possíveis efeitos do embargo, como a queda da arroba do boi rastreado.

Ao defender uma posição mais rígida do governo, a parlamentar também argumentou que a UE não terá mercados alternativos para importar carne, caso as regras não sejam acatadas pelo Brasil. De acordo com Kátia Abreu a UE importa 725 milhões de toneladas por ano e 50% desse volume vem do Brasil. Caso a lista tenha 300 propriedades, que exportem de acordo com a produtividade média por hectare, a participação do Brasil nas importações de carne da UE seria reduzida para 4,5%.

Em 2007, o Brasil exportou US$ 1,087 bilhão de carne bovina in natura para os países-membros da UE, com um volume embarcado de 195,2 mil toneladas de carne bovina desossada. Esse volume representa 3% da produção brasileira de carne bovina em 2007, estimada em 9,2 milhões de toneladas em equivalente carcaça.

AGÊNCIA CNA
 
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