Gustavo Bernardes  |  reportagem@canalrural.com.br

Mais de 600 propriedades rurais vão ser incluídas na nova lista que o governo brasileiro irá apresentar aos técnicos europeus. Uma missão de funcionários do Ministério da Agricultura embarca ainda nesta terça, dia 12, para Bruxelas, para tentar convencer o mercado sobre a qualidade das propriedades listadas.

Antes de embarcar para a Europa, o secretário de Defesa Agropecuária Inácio Kreutz analisou uma série de documentos enviados pelos Estados. São de propriedades interessadas em voltar a vender carne bovina para o mercado europeu.
 
– Não importa definir quantidade. O que queremos é reverter a avaliação que os europeus têm das propriedades brasileiras. O maior objetivo agora é primar pela qualidade e não pela quantidade.
 
De acordo com o secretário, os estabelecimentos que fazem parte da nova lista estariam cumprindo os mais de 40 itens considerados essenciais pelos europeus para que o Brasil volte a exportar carne bovina. O assunto chegou a ser tratado também pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que recebeu nesta terça 19 deputados da bancada ruralista.
 
Apesar das intensas negociações, o governo brasileiro calcula que a reabertura do mercado europeu às carnes brasileiras deve demorar a ocorrer. Segundo técnicos do governo, os ajustes só devem começar a ser feitos a partir de 25 de fevereiro, quando uma nova missão da União Européia chega ao Brasil para vistoriar os frigoríficos de várias partes do país.

Para os parlamentares da Comissão de Agricultura, o governo Brasileiro vai ter que adotar uma postura mais ofensiva para conseguir retomar os embarques de carnes para a Europa.
 
– Não podemos deixar que esse assunto vire uma vitrine para que outros países façam a mesma coisa que a União Européia está fazendo – disse Jorge Pires, pecuarista da Associação dos Criadores do Mato Grosso.
 
– Não se trata mais de uma questão meramente técnica. Virou um problema político. Cabe agora o governo e congresso negociar por essa via uma forma de reverter esse embargo burocrático e protecionista – afirmou Odacir Zonta, membro da Comissão de Agricultura da Câmara.

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