Ao avaliar como inaceitável a entrega de uma lista de 600 propriedades habilitadas a exportar carne bovina para a União Européia, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio de Salles Meirelles, fez um alerta para a possibilidade de essa exigência se tornar uma restrição permanente ao produto brasileiro.

– Da mesma forma que a União Européia não está interessada rever as áreas não-habilitadas para exportar, considero que a lista pode ser uma forma de restringir permanentemente as exportações – disse Meirelles.

A afirmação foi feita durante audiência pública nesta quarta, dia 13, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, para discutir o embargo imposto pelos europeus à carne brasileira.

A CNA defende que todas as propriedades certificadas como Estabelecimento Rural Aprovado no Sisbov (Eras) têm direito de fazer parte da lista. Além disso, os produtores querem garantias de que novas propriedades possam ser incluídas na relação. Para Meirelles, um número tão reduzido de fazendas, escolhido sem critério claro, é injustificável, uma vez que o Brasil não apresenta problemas sanitários.

– O produtor rural não pode ser penalizado por medidas arbitrárias e discriminatórias. Temos qualidade e outros destinos para nosso produtor. Não há risco de um desastre, mas é preciso pensar no prejuízo que isso pode trazer para a imagem do país – completou o presidente da CNA.

CNA