| 25/10/2007 13h18min
Em audiência do caso Salvatore Cacciola, nesta quinta-feira em Mônaco, o advogado de defesa Frank Michel apresentou duas cópias de um mesmo mandado de prisão supostamente emitido pela Justiça brasileira em 2000. Os documentos teriam o mesmo responsável, mas assinaturas diferentes. Sensível à suspeita apresentada pela defesa, os juízes do Tribunal de Apelações de Mônaco decidiram abrir uma investigação sobre a autenticidade dos mandados.
De acordo com o advogado de defesa, um mandado de prisão emitido pela Justiça brasileira em 19 de setembro de 2000 foi usado para sustentar o primeiro pedido de extradição feito contra Cacciola, quando de sua prisão na Itália, em 2000. À época, os juízes negaram-se a extraditá-lo porque o ex-banqueiro, nascido em Milão, tem cidadania italiana. Supostamente o mesmo mandado, também datado de 19 de setembro de 2000 e assinado pelo mesmo magistrado brasileiro, teria sido entregue pelo Ministério da Justiça ao governo de Mônaco sete anos depois. Os dois
documentos,
contudo, teriam assinaturas diferentes.
— Afirmei no Tribunal de Apelações que o documento é falso e pedi a abertura de uma investigação. Ainda não sabemos quem cometeu a falsificação, nem quando o segundo documento foi realmente feito. Mas se ficar comprovado que o mandado de prisão datado de 2000 foi feito na realidade em 2007, isso será grave aos olhos da Justiça de Mônaco.
Essa reviravolta se somou a uma falha do Ministério Público monegasco, que não enviou os documentos traduzidos para o francês pelo Ministério da Justiça brasileira a nenhum dos advogados de Cacciola até as vésperas da audiência. O dossiê havia sido entregue pelo Itamaraty no início de outubro ao governo de Mônaco. A decisão sobre a extradição ou não do ex-banqueiro para o Brasil foi adiada para 22 de novembro, e até lá o Ministério da Justiça terá de se explicar à procuradoria monegasca.
Decisão sobre a extradição ou não do ex-banqueiro para o Brasil foi adiada para 22 de novembro
Foto:
Cacalos Garrastazu
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Zero Hora
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