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Política  | 19/10/2010 06h40min

Três vereadores de Maravilha são mantidos presos por suspeita de corrupção

Políticos teriam exigido de empresários dinheiro para aprovação de projetos

Darci Debona  |  darci.debona@diario.com.br

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As prisões temporárias dos vereadores de Maravilha, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, Max Anderson Schabarum (PDT), Adelino Zanivan (PTB) e Gilson Wilmann (PMDB), e do empresário Nelson Schabarum foram prorrogadas nesta segunda-feira por mais cinco dias. Eles foram presos na quinta-feira na Operação Parlamento, feita em conjunto pelo Ministério Público (MP), Polícia Militar (PM), Polícia Civil e Receita Estadual.

Os quatro, além do vereador Ildo Menezes (PMDB), são suspeitos de um esquema de corrupção, onde os políticos exigiriam de empresários dinheiro para aprovação de projetos de novos loteamentos, ruas e cessão de terrenos. Menezes foi liberado no sábado, após prestar depoimento, por ter colaborado com a investigação.

De acordo com a promotora de Justiça de Maravilha, Caroline Cabral, os depoimentos estão confirmando as suspeitas do MP. Já foram 36 horas de depoimentos, de 36 pessoas entre os cinco suspeitos, vítimas e supostas testemunhas.

A promotora disse que vai solicitar a prisão preventiva dos quatro que estão no Presídio Regional de Chapecó. Eles e o vereador Ildo Menezes (PMDB) devem ser denunciados por concussão (exigir dinheiro em função do cargo) e formação de quadrilha. A denúncia deve ser oferecida pelo MP até sexta-feira.

Sessão na Câmara

Na segunda-feira houve a segunda sessão da Câmara após as prisões. O vereador Ildo Menezes chegou a ir até o local, mas saiu antes da sessão, temendo represália. Mais de 100 pessoas foram até a sede do legislativo. A PM foi chamada para garantir a segurança.

— Queria ver a cara do Ildo Menezes. É vergonha — disse a auxiliar financeira Cristiane Bortolotto.

O ex-vereador Guilherme Zabot afirmou que a população não pode aceitar essa situação:

— Nunca vi nada parecido.

O pintor Miguel Ribeiro considera que não dá para deixar os suspeitos assumirem novamente. Durante a sessão, presidida pelo vereador Martinho Petry (PMDB), o colega Janir Antônio Signor (PSDB) disse que a comunidade de Maravilha está envergonhada.

O vereador César Frandaloso, presidente da Comissão de Ética, disse que vai tomar as providências assim que receber a documentação. Nisso, alguém da plateia gritou "impeachment".

Por enquanto, os suplentes não serão chamados. A próxima sessão será na segunda-feira. Na saída da Câmara, alguns moradores gritaram palavras de ordem contra a corrupção e pela punição dos suspeitos.

 

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