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 | 14/10/2010 23h32min

Dois vereadores e comerciante presos em Maravilha devem prestar depoimentos nesta sexta

Cinco pessoas tiveram prisão temporária decretada por suspeita de concussão

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Dois vereadores e um comerciante presos em Maravilha, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, devem prestar depoimento nesta sexta-feira. Eles e outros dois vereadores são suspeitos de concussão (exigir dinheiro em função do cargo) para aprovar projetos no legislativo. O comerciante seria o intermediário entre os legisladores e os empresários que teriam interesses a serem apreciados na Câmara.

Os outros dois políticos, Adelino Zanivan (PTB) e Gilson Wilmann (PMDB), já foram ouvidos. O promotor responsável pela Coordenadoria Regional de Investigações Especiais de Chapecó, Benhur Betiolo, disse que, após todos os depoimentos e análise dos documentos, será possível definir a participação de cada um e confirmar se houve crime. No entanto há indícios de irregularidades já comprovados, segundo o Ministério Público.

Prisões

Na quinta-feira pela manhã foi decretada a prisão temporária (válida por cinco dias) para o presidente da Câmara, Max Schabarum (PDT), o vice-presidente, Gilson Wilmann, o primeiro secretário, Adelino Zanivan e o segundo secretário, Ildo Menezes (PMDB), além do comerciante Nelson Schabarum, pai do presidente da Câmara.

Eles foram detidos por ordem judicial cumprida por uma força tarefa integrada por 34 pessoas do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria da Receita Estadual. Além das prisões, foram cumpridos 10 mandados de apreensão, onde foram recolhidos documentos e cheques.

A investigação iniciou há três meses depois de uma denúncia da comunidade. De acordo com o promotor Fabiano Baldissareli, um dos integrantes da força tarefa, havia comentários na cidade sobre a exigência de dinheiro dos vereadores para aprovar projetos.

A suspeita é de que Nelson Schabarum seria o intermediário na negociação. A atividade foi monitorada e resultou na apreensão de cheques. Somente num projeto de aprovação de loteamento um empresário teria pago R$ 60 mil, segundo o promotor.

O crime de concussão prevê reclusão de dois a oito anos e multa. Mas há suspeita ainda de formação de quadrilha, corrupção passiva e até lavagem de dinheiro.

A promotora de justiça de Maravilha, Caroline Cabral, disse que há suspeita de aprovação irregular de projetos de loteamentos, abertura de ruas e cessão de terrenos. Ela afirmou que as prisões temporárias são para concluir o levantamento de provas. Elas podem ser prorrogadas por mais cinco dias e até serem transformadas em prisões preventivas.

O coordenador estadual de Investigações Especiais, promotor Alexandre Graziottin, disse que atuação conjunta de vários órgãos tem permitido combater de forma mais eficaz a criminalidade no Estado.

DIÁRIO CATARINENSE
Darci Debona / 

Vereadores foram levados ao presídio no início da tarde
Foto:  Darci Debona


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