Eleições | 16/10/2010 06h32min
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A derrota de todos os candidatos da majoritária do PT catarinense abalou as lideranças do partido em Santa Catarina. Alguns episódios durante a campanha ainda geram conflitos internos.
O discurso oficial é de que há união entre militantes, mas a avaliação da eleição no Estado, que deve ser feita depois do segundo turno presidencial, promete mexer nas feridas que ainda não cicatrizaram.
No início da campanha, o clima de unidade em torno da candidatura de Ideli Salvatti era visível. Em um partido historicamente conhecido pela divergência entre correntes internas, a unanimidade em nomear Ideli para a disputa ao governo do Estado foi um diferencial em relação a outras campanhas petistas.
Depois do resultado das urnas, em 3 de outubro, com Ideli e Cláudio Vignatti (candidato ao Senado) ficando em terceiro lugar, e Dilma Rousseff perdendo para José Serra (PSDB) com uma diferença de 256 mil votos, a avaliação do que saiu errado no primeiro turno é um assunto proibido dentro do partido. Na tentativa de não atrapalhar a eleição presidencial com os problemas locais, as lideranças catarinenses se recusam a falar sobre a campanha feita no Estado, mas admitem problemas e que eles serão discutidos.
O deputado federal e ex-candidato ao Senado foi pivô de um dos conflitos durante o primeiro turno. Ao colocar um adesivo de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Raimundo Colombo (DEM) em um de seus programas de TV, causou especial desconforto a Ideli e ao presidente estadual do partido, José Fritsch. Embora nenhum militante admita, ao que tudo indica essa é uma mágoa que ainda não foi superada.
O presidente do partido, que precisou se afastar da campanha neste mês por um problema de saúde, lançou na sexta-feira uma carta chamando a militância petista para "vestir a camisa" no trabalho para eleger Dilma. Passadas duas semanas do início da campanha para o segundo turno e a duas semanas do dia da eleição, o PT catarinense ainda não conseguiu articular uma visita da candidata Dilma ao Estado.
O presidente Lula viria na sexta-feira, mas cancelou a viagem. E Fritsch ficou sabendo da mudança pela imprensa.
A deputada federal eleita Luci Choinacki disse que cumpriu sua tarefa ao deixar a direção do partido no início do ano.
— Depois do segundo turno quero ouvir as lideranças e ver o que cada um está pensado — diz Luci.
Até agora, o PT catarinense elegeu como grandes vilões as pesquisas e as equipes de marketing dos candidatos, que levaram a culpa pelo adesivo de LHS e por deslizes como o Louro Zezé do programa de Ideli.
O deputado federal e ex-candidato ao Senado Cláudio Vignatti foi pivô de um dos conflitos durante o primeiro turno
Foto:
Daniel Conzi, Banco de Dados, 2007
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