Notícias

Eleições  | 06/10/2010 06h31min

Dilma e Serra duelam por votos em Santa Catarina

Tucano levou a melhor no Estado na disputa presidencial no primeiro turno

Maurício Frighetto e Mayara Rinaldi

Compartilhar


Os partidos aliados a Dilma Rousseff em Santa Catarina se encontraram, nesta terça-feira, em Florianópolis. Uma das decisões é priorizar os grandes centros. Motivo: dos 10 maiores colégios eleitorais, Dilma só venceu em Chapecó e em Jaraguá do Sul. Na Capital, a petista chegou a perder para Marina Silva.

As estratégias estão sendo definidas de acordo com o mapa que saiu das urnas no domingo.

— Identificamos as cidades onde o voto para Marina teve influência. Dá para perceber que é um voto de opinião, de um setor de classe média, de funcionários públicos e universidade. Vamos trabalhar no contato direto com o eleitor da Marina, que teve um percentual alto — disse Ideli Salvatti.

A senadora, que ficou em terceiro lugar ao governo do Estado, assumiu a coordenação da campanha de Dilma em Santa Catarina no lugar do presidente do PT José Fritsch. Outra ideia é trazer reforços para o Estado, já que os cargos de governador e senador foram conquistados pela tríplice aliança, aliada da candidatura de José Serra.

Tarso Genro (PT), eleito no Rio Grande do Sul, e Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco, foram citados. O PT conta, também, com o apoio do PMDB, partido do candidato a vice de Dilma, Michel Temer.

Enquanto a principal liderança peemedebista catarinense, o senador eleito Luiz Henrique da Silveira, já trabalha por Serra, o presidente do partido João Matos e o vice, o ex-governador Paulo Afonso Vieira, juram fidelidade à presidenciável petista.

— Estaremos com a maioria do PMDB, não com gatos pingados, apesar da posição contrária de algumas lideranças do partido. A situação mais adversa é a nossa. Os vitoriosos no Estado não estão conosco. Será uma das campanhas mais duras, senão a mais dura de todos os estados — afirmou João Matos.

Sobre apoios, o primeiro objetivo é atrair o PV e o PP.

— Já temos contatos e reuniões marcadas. Teremos que ter respeito com o PP, que marcou uma reunião para quinta. Mas daqui até lá faremos vários contatos individuais, com Angela e Esperidião Amin e Joares Ponticelli. Vamos trabalhar com intensidade para o PP integrar o comitê suprapartidário como faz nacionalmente — disse Ideli.

Novo comando e nova visita

Os líderes da tríplice aliança estiveram, nesta terça-feira, com José Serra, em São Paulo. Anunciaram a visita do tucano a Santa Catarina no sábado. Ele vai a Chapecó, no Oeste, única região em que perdeu para Dilma, e passa pela Oktoberfest, em Blumenau.

De acordo com o vice-governador eleito, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), a coordenação de LHS, senador eleito peemedebista, foi um pedido do próprio candidato e do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. O comando da campanha de Serra estava, até o momento, com o governador Leonel Pavan (PSDB).

A partir de quinta-feira, os eleitos da tríplice começam um roteiro por Santa Catarina, para visitar as 36 regionais e pedir votos para Serra. A viagem estava prevista na agenda do governador eleito Raimundo Colombo (DEM) como forma de agradecimento aos eleitores e aos apoiadores da vitória no primeiro turno.

De acordo com o senador eleito Paulo Bauer (PSDB), o primeiro destino será o Vale do Itajaí e, na sequência, a região Norte.

— A reunião com o Serra foi muito positiva e produtiva. Ele quer homenagear o Estado de Santa Catarina pela vitória que recebeu aqui. Com a visita dele, começamos a campanha do segundo turno com pé direito — comemorou Bauer.

O governador tucano Leonel Pavan também segue na campanha pelo presidenciável do seu partido. Ele começou sua mobilização para o segundo turno na última segunda-feira, dia seguinte à divulgação do resultado que levou ao segundo turno.

— Além do PSDB e do DEM, que têm como obrigação trabalhar por Serra, já que integram a majoritária nacional, nós estamos tentando fazer com que políticos do PMDB, do PP, do PV e de outros partidos possam aderir à campanha — disse Pavan.

O governador já conversou com algumas lideranças dessas legendas no Estado e, em seguida, deve procurar os presidentes de cada partido. A estratégia de campanha para consolidar a liderança, a partir de agora, será intensificar o trabalho de rua.

Serão enfatizadas as ações positivas do governo FHC e a comparação entre os dois presidenciáveis. Pavan se encontra, nesta quarta-feira, com Serra em um reunião política em Brasília.

Suspense no PP de Angela

A direção do PP catarinense e todos que foram candidatos pelo partido terão reunião nesta quinta-feira, na Capital. Além de decidir sobre o apoio a um dos presidenciáveis ou pela neutralidade, os pepistas farão uma avaliação da campanha.

— Dentro do partido, temos manifestações pró-Dilma e pró-Serra — afirmou Ponticelli.

O pepista contou que recebeu ligações de lideranças do PT e do PSDB com pedidos de apoio. A deputada federal Angela Amin, que disputou a eleição ao governo de Santa Catarina e manteve neutralidade no primeiro turno, informou por meio de sua assessoria que vai participar da reunião. Ela não quis antecipar uma posição. O deputado federal eleito Esperidião Amin também vai aguardar a reunião para se manifestar.

O deputado estadual reeleito Kennedy Nunes declarou apoio a Serra e defendeu que o partido libere os filiados nessa fase.

— Se o partido apoiar Dilma, irei contra. Como joinvilense, estou decepcionado com o PT. Vou trabalhar no segundo turno como se fosse a minha campanha — afirmou. Kennedy faz oposição ao prefeito petista Carlito Merss.

O PV-SC ainda vai reunir as lideranças para decidir sobre apoios.

 

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.