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Eleições  | 23/08/2010 06h11min

Série Vida Real: as propostas dos candidatos ao governo de Santa Catarina para a cultura

Na quarta reportagem da série, candidatos falaram suas propostas para a área

A cultura é o tema da quarta reportagem da série Vida Real, do Diário Catarinense, que busca saber a posição dos candidatos sobre questões que não fazem parte do cardápio de generalidades das campanhas. É uma forma de ajudar o eleitor a descobrir o que pensam de fato os candidatos que tentam a chance de governar o Estado de Santa Catarina.

A cultura, catarinense ou seja de onde for, nunca foi o espaço da unanimidade. Artistas e seu público, do mesmo modo, nunca foram conformistas quando o assunto é a política cultural cultivada pelos gestores do Estado. As críticas, hoje, têm sido direcionadas aos principais mecanismos de fomento à produção de Santa Catarina: o fundo cultural e os editais.

Ainda está sob ataques a gestão da estrutura física dedicada às artes. O Centro Integrado de Cultura (CIC) da Capital continua fechado para reformas.

Crítica recorrente que a atual gestão sofre é a aposta em grandes eventos e estruturas. Alguns deles: o Festival da Música e Integração Catarinense (Femic), o Instituto Balé Bolshoi de Joinville e o Balé Mazowsze, em Criciúma.

Para melhor dimensionar a crítica, basta lembrar que, segundo auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) realizada ano passado, os 10 maiores eventos levaram 55% dos recursos do fundo de fomento à Cultura (Funcultural) em 2008.

O Executivo contabiliza positivamente todo o trabalho realizado pela Fundação Catarinense de Cultura e pela secretaria de Cultura, Esporte e Turismo. Entre 2005 e 2009, o Funcultural aprovou 1276 projetos e pagou R$ 100,8 milhões em recursos a iniciativas de várias áreas.

Para o gestor dos Fundos do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte (Seitec) do governo estadual, Ivan Schmidt, foi um avanço significativo. Ele lembra que em 2000, pela Lei do Mecenato, foi distribuído apenas R$ 1 milhão.

Em 2004, foram R$ 7,9 milhões. Já em 2005, com a utilização dos fundos, foram quase R$ 40 milhões. 

— O grande avanço foi a oportunidade de que qualquer um estar propondo projetos. Não temos dinheiro para todo o mundo, mas foi possível criar um grande impacto. Todas as cidades apresentaram projetos, antes estávamos atrelados ao G4: Blumenau, Florianópolis, Criciúma e Joinville — aponta.

Editais

Os editais também criaram uma maior mobilização criativa. Pecaram por conta da dificuldade de manter os repasses no cronograma original, criando contratempos e mesmo inviabilizando os projetos contemplados.

O Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura distribuiu R$ 3,2 milhões a 189 projetos. O Edital de Cinema, que teve o lançamento do edital desse ano postergado para início do ano que vem, distribui R$ 1,9 milhão. 

— Claro, é preciso aprimorar . Como técnico de carreira, entendo que às vezes ficamos só distribuindo recursos, sem nos preocupar com política cultural mesmo. Precisamos de políticas mais definidas, inclusive junto ao Conselho Estadual de Cultura — reconhece Schmidt.

Na área da musical, alguns avanços foram obtidos por conta de um grande trabalho entre os músicos e compositores. 

— A classe artística se uniu e começou a cobrar, e o poder público começou a ouvir essas cobranças. O governo cometeu erros e contabilizou acertos, mas iniciou um sistema que pode continuar a ser aproveitado. É uma política de longo prazo — acredita o músico e produtor Guilherme Zimmer.

DIÁRIO CATARINENSE
 

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