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Eleições  | 16/08/2010 10h04min

Série Vida Real: as propostas dos candidatos ao governo de Santa Catarina para a Saúde

Terceira reportagem mostra o drama de pessoas que viajam para buscar atendimento

Mayara Rinaldi  |  mayara.rinaldi@diario.com.br

Como priorizar o atendimento de alta complexidade na área da Saúde é o tema da terceira reportagem da série Vida Real, do Diário Catarinense, que busca saber a posição dos candidatos sobre questões que não fazem parte do cardápio de generalidades das campanhas. É uma forma de ajudar o eleitor a descobrir o que pensam de fato os candidatos que tentam a chance de governar o Estado de Santa Catarina.

Há três anos a doméstica Geovana Mateus, 37 anos, viaja de Braço do Norte, no Sul do Estado, para Florianópolis, em uma van da prefeitura da cidade. A cada dois meses Geovana enfrenta três horas de viagem até à Capital para buscar atendimento especializado em ortopedia para a filha Bruna, 11 anos.

Durante o dia, depois da consulta, passam a maior parte do tempo esperando por outras pessoas que, como elas, não têm o atendimento de que precisam em sua região. O drama de mãe e filha se repete pelo Estado. Por falta de unidades para tratamentos de alta complexidade ou por falta de vagas nas regiões, centenas de pessoas viajam para buscar atendimento em outras cidades.

De acordo com gerente de controle e avaliação do Sistema de Saúde da Secretaria do Estado, Andréa Cristiane Borb, das sete áreas de alta complexidade (cardiologia, oncologia, ortopedia, transplantes, neurocirurgia, terapia renal e cirurgia para redução de estômago), as especialidades que têm mais demandas são ortopedia, cardiologia e redução de estômago.

A maior parte das unidades de ortopedia se localiza na Grande Florianópolis. Para o presidente da Sociedade Catarinense de Ortopedia, Valdir Steglich, é preciso construir mais leitos e mais salas de cirurgia porque as quantidade de vagas nos hospitais não acompanhou o crescimento da população.

Na área de cardiologia, a fila de espera por cirurgias tem pacientes de todo o Estado. Conforme o presidente da Sociedade Catarinense de Cardiologia, Ilnei Pereira Filho, os procedimentos complexos são encaminhados para a Grande Florianópolis: 

— O ideal seria otimizar os centros que já existem.

Na Capital, uma das instituições que realizam redução de estômago é o Hospital Universitário. Segundo o médico responsável pelo setor, Ricardo Baratieri, 50% das pessoas atendidas são de fora e o tempo de espera para uma cirurgia pode chegar a três anos nos casos mais graves. 

— A obesidade é uma doença que hoje se comporta como uma epidemia. Realizamos 96 cirurgias por ano. A demanda é o dobro disso e vai continuar aumentando — afirma.

 

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