Eleições | 18/07/2010 19h17min
Segurança Pública foi o tema escolhido para a estreia da série Vida Real, do Diário Catarinense. As reportagens buscam saber a posição dos candidatos sobre temas que não fazem parte do cardápio de generalidades das campanhas. Para ajudar o eleitor a descobrir o que pensam de fato os candidatos, eles respondem questões que buscam mostrar se têm compromisso real para detectar o compromisso real de quem quer governar Santa Catarina.
A violência em Santa Catarina
Todo dia, Santa Catarina registra uma média de 2,4 assassinatos. Em 2000, a relação era de menos de uma morte a cada 24 horas. Os números não param de crescer, embora o Estado continue sendo o menos violento do Brasil nesse quesito.
É que o país tem estatísticas estratosféricas, com cerca de 48 mil homicídios por ano. Para comparar: a Guerra do Golfo, que aconteceu entre 1990 e 1991, tirou 10 mil vidas. O tráfico de drogas é apontado com a principal causa desse crime.
Um dos principais estudos da área, o Mapa da Violência 2010 — Anatomia dos Homicídios do Brasil, que analisou dados entre 1997 e 2007, mostra que Santa Catarina está numa confortável lanterna do ranking. Enquanto o índice nacional é de 25,2 mortes por ano para cada 100 mil habitantes, a marca do estado é de 10,4 casos .
Crianças
O estudo mostra ainda que, entre crianças e adolescentes, a Capital é a 11ª mais violenta, com crescimento de 833,3%. Outras cidades também sofrem com o problema, principalmente no litoral.
Confira o PDF com o número de homicídios em Santa Catarina e no Brasil
O elo entre os crimes costuma ser o tráfico de drogas. O professor de Direito Penal da Universidade do Vale do Itajaí, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, dá exemplos:
— Na Grande Florianópolis, a relação pode chegar a 90%. Em Itajaí, alguns crimes podem estar ligados aos problemas do porto; em Balneário Camboriú, à sazonalidade; e no Oeste, aos assassinatos passionais. Mas isso representa de 10% a 20% da estatística. A maioria continua tendo no tráfico de drogas a principal causa.
Para o secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, André Luiz Mendes da Silveira, a situação está em um estágio que ainda pode ser controlada. Na sua visão, o crescimento desordenado das cidades é um dos principais pontos para os aumento de homicídios em Santa Catarina.
Polícia, estudo e chance de
trabalho estão entre as soluções
Reduzir e evitar os assassinatos requer uma série de medidas, apontam especialistas. Começa pela presença de policiais nas áreas de risco e passa pela criação de empregos e oportunidades para os jovens — uma forma de evitar que eles entrem no tráfico.
Segundo Alceu de Oliveira Pinto Júnior, professor de Direito Penal da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), além da repressão policial, há outras coisas a fazer.
— Primeiro, temos que trabalhar com prevenção primária, como foi feito em Nova York e Nova Deli, cidades que investiram em saúde, educação, distribuição de renda. Segundo, precisamos diagnosticar as zonas de conflito e colocar a polícia nesses locais, como os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). E, terceiro, evitar a reincidência.
Professora da UFSC e e doutora em Planejamento Urbano pela Universidade de Sorbone, na França, Margareth de Castro Pimenta diz que a migração acabou desestruturando famílias, o que facilitou o aliciamento de adolescentes para as quadrilhas. E qual seria a solução? Trabalho.
— Em primeiro lugar, temos que gerar empregos nas áreas de risco. Segundo, qualificar a mão de obra. Precisa-se de uma boa remuneração para estas pessoas não verem futuro no tráfico de drogas.
O crack
O crack, indiretamente, fez a sociedade olhar para o problema das drogas, apontado como causa para o alto índice de homicídios em certas cidades catarinense. É no que acredita Edson Amaral, coordenador-geral da Central Única das Favelas em Santa Catarina (Cufa).
— O problema das drogas estava lá, nas favelas. O crack espalhou os crimes, como assaltos, sequestros-relâmpago e latrocínios. O usuário fica parecendo um morto-vivo e acaba cometendo esses crimes — avaliou.
Para Amaral, a guerra do tráfico segue uma lógica econômica. Se o comerciante tem uma loja e quer abrir uma filial para ampliar a renda, os traficantes querem outro ponto para a venda de drogas. Só que a forma de conseguir isso, muitas vezes, é matando o concorrente.
— É um problema histórico e não adianta combater com repressão. A sociedade tem que se aproximar da periferia. Os jovens precisam de oportunidades, precisam estar ocupados para não entrarem nessa guerra.
Veja o que diz cada candidato
Olá Sebastiao Cardoso, Condordo parcialmente com vc! A educação é o caminho para um futuro melhor. Por outro lado, persiste as tendencias naturais que cada ser humano ja tarz consigo desde o nascimento. Morei no Rio, trabalhei em escola municipal no Rio e consegui escapar do inferno. Relato que a prefeitura carioca tem implantado inumeros projetos incentivando os jovens da favela a fazer estagios, cursos, trabalhos remunerados... Mas o que eles querem mesmo é ficar no tráfico. È dificil mas muito dificil alcancar o numero de jovens que se deseja em cada projeto educacional. Por isso acredito que eles devem trazer tendencias naturais que os impulsionam para outros caminhos, como o tráfico
O ESTADO FALHA, QUANDO TENTA RESOLVER UM PROBLEMA SOCIAL EM SEU ESTAGIO TERMINAL ! SE PRIORIZARMOS DE FATO E DE DIREITO A EDUCAÇÃO, ESTAREMOS ATACANDO AUTOMATICAMENTE A O PROBLEMA DA SAUDE E POR E POR CONSEQUENCIA O DA VIOLÊNCIA.A VISÃO ESTRATÉGICA DE UM VERDADEIRO ESTADISTA É PROJTAR O SEU PAÍS PARA O FUTURO, E ISSO PASSA FUNDAMENTALMNTE PELA EDUCAÇÃO. UMA SOCIEDADE É ETIVAMENTE DEMOCRÁTICA QUANDO INSERE UM CIDADÃO NO CONTEXTO DE PARTICIPAÇÃO,JUSTIÇA E OPORTUNIDADES.SEM AVANÇARMOS NESSA DIREÇÃO OS PROBLEMAS SOCIAIS IRÃO SE AGRAVAR .
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.