| 23/03/2010 07h40min
Além dos resultados que não estão acontecendo como se esperava, também a relação do técnico Jorge Fossati com os jogadores já não é tão harmoniosa assim. Nada que configure crise aguda, como nos tempos de Tite, mas existe descontentamento. O empate em 2 a 2 com o Pelotas em casa, quarto jogo sem vitória, aumentou a pressão sobre o uruguaio. Se não avançar à segunda fase da Libertadores, será quase impossível mantê-lo.
Ontem, o dia foi de reuniões e conversas internas. O zagueiro Fabiano Eller confirmou, ao deixar o estádio, no pátio do Beira-Rio:
— Teve uma reuniãozinha, sim — admitiu Eller, com um leve sorriso.
E foi uma reunião demorada, do técnico com os jogadores. O treino estava marcado para 17h, mas antes das 18h ninguém subiu para o gramado principal. Quando isso aconteceu, vieram apenas os goleiros e alguns titulares, que realizaram um trabalho leve e rápido.
— Ele (Carvalho) passou o dia conversando aí dentro — revelou
uma fonte próxima da direção.
Há alguns
focos de desconforto. Os jogadores ainda não se acostumaram com certos procedimentos da comissão técnica pouco usuais ao futebol brasileiro. Um deles é o alongamento pela manhã em dia de jogo à noite. Por volta de 10h, eles deixam a concentração para realizar o trabalho com o preparador físico Alejandro Valenzuela. Mas isso é o de menos. O desconforto mais notório é com a troca demasiada de time e estratégia. E esta une jogadores e direção.
Fossati já usou o 3-5-2 clássico. Contra o Cerro-URU lançou mão de um 4-2-3-1. Agora, volta ao 4-4-2. E o time seguiu sem jogar bem. As alterações remetem a alterações de posicionamento e função, prejudicando individualidades que terminaram 2009 em alta. Giuliano já foi o único articulador, atuou aberto pela direita em Rivera e desde domingo é meia pela esquerda. D’Alessandro não gostou de ser substituído no segundo em Rivera. E nem domingo, diante do Pelotas. O argentino entende que precisa de ritmo para atingir o ápice de sua forma. Ao ser
substituído por
Andrezinho aos 30 minutos da etapa final, D’Alessandro foi inquirido pelos repórteres se estava cansado. A resposta:
— Não. Treinador.
Ao lado de Giuliano, Sandro e também Alecsandro, o meia argentino integra o grupo dos que defenderam a volta do 4-4-2. Entre os zagueiros, a preferência era pela manutenção do trio defensivo. A chance de Bolívar, Índio, Fabiano Eller e Sorondo jogarem neste sistema é maior. São três vagas, e não duas.
— Nenhum time vencedor do Inter começou jogando tudo o que terminou. Em 1974, Rubens Minelli lançou a marcação homem a homem e deu errado. E foi campeão — argumentou Carvalho, em defesa de Fossati.
Carvalho aprovou a mudança de esquema e garante que ele será mantido:
— Apesar do empate, houve acréscimo em relação ao primeiro tempo de Rivera.
Marquinhos, atacante que terminou 2009 como provável parceiro de Alecsandro, será reabilitado. Ele chegou a treinar de
reserva na lateral-esquerda e nem foi inscrito na primeira fase da
Libertadores. Dependendo do desempenho, pode ser inscrito nos mata-matas. Walter, após 10 dias no time B como punição ao sumiço dos treinos, fica à disposição para o jogo contra o Caxias, domingo. Aumentou a pressão sobre o técnico uruguaio do Inter.
Se o Inter não avançar à segunda fase da Libertadores, permanência de Fossati será quase impossível
Foto:
Fernando Gomes
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.