| 23/02/2010 00h47min
A prévia do PMDB para escolher o candidato do partido ao governo repercutiu dentro da tríplice aliança. Enquanto uma ala defende que nada mudou e o PMDB, DEM e PSDB continuam unidos, para outros a decisão reforça a tese de candidatura própria do partido, o que poderia rachar o próprio PMDB e a aliança.
Segundo o deputado João Matos, a prévia vai movimentar o partido e criar um fato novo, o que fortalece a tese do PMDB na cabeça de chapa. O ex-governador Paulo Afonso Vieira também concorda que a realização da prévia é um complicador dentro da tríplice aliança.
— Ficará difícil, depois de tanta mobilização, justificar para as bases que o PMDB não terá candidato ao governo — disse.
Já o líder de governo, deputado Elizeu Mattos, diz que o partido deve continuar trabalhando pela tríplice aliança. Para ele, mantém-se o combinado com o DEM e PSDB: lá na frente se escolhe o candidato que tiver melhores condições.
— Não podemos
desunir o que está unido, porque tentar unir de
novo, lá na frente, acho muito perigoso — afirmou Elizeu.
O presidente estadual em exercício do PSDB, Marco Tebaldi, também vê a decisão da Executiva como uma questão interna do PMDB. Na sua avaliação, tudo continua como foi conversado na última reunião: os três partidos seguem trabalhando pela união do projeto eleitoral.
O presidente estadual do DEM, senador Raimundo Colombo, se disse perplexo e confuso com a decisão do PMDB. De acordo com ele, é necessária cautela e tempo para analisar melhor a situação.
Já o deputado estadual Dado Cherem (PSDB) publicou no twitter sua impressão sobre o episódio:
— Tem muito mais que aviões de carreira no ar na possível candidatura de Dário Berger.
A prévia
O PMDB escolherá em uma prévia entre Eduardo Pinho Moreira e Dário Berger o candidato do partido ao governo. Uma pré-convenção foi marcada para o dia 27 de março, uma
semana antes do prazo fatal para as desincompatibilizações. A decisão foi tomada, na
manhã desta segunda-feira, pela executiva estadual.
O partido contava com apenas um pré-candidato, Pinho Moreira, o presidente estadual da sigla. A intenção de Dário, manifestada pelo prefeito na semana passada, foi apresentada oficialmente à executiva em uma carta lida pelo seu chefe de gabinete, Adriano Zanotto.
Em viagem oficial à Coreia do Sul, o prefeito também foi representado pelo presidente da Câmara, Gean Loureiro, e pelo presidente municipal do PMDB, Celso Sandrini.
Segundo Zanotto, Dário apresentou seu nome ao partido e pediu uma pré-convenção. O prefeito corre contra o tempo, pois precisa renunciar antes do dia 3 de abril para ser candidato. Mas ele não quer abrir mão do cargo sem a certeza de que concorrerá ao governo.
Dizendo-se tranquilo, Pinho Moreira afirmou que as prévias são uma tradição no PMDB.
— Acho apenas que este jogo já poderia ter sido decidido há quatros meses (em novembro, o senador
Neuto de Conto fez a proposta de uma prévia). Mas acho
salutar que, agora, a situação seja discutida de forma aberta e não dissimulada.
Depois da apresentação da carta de Dário, Pinho Moreira passou a presidência da reunião para o deputado João Matos e se absteve das discussões.
Com a decisão, Pinho se licenciou do cargo até a pré-convenção. Na prévia votarão os integrantes do diretório estadual, os delegados municipais com direito a voto na convenção e as bancadas estadual e federal, o que soma cerca de 500 pessoas.
A decisão da Executiva também foi tema da reunião das bancadas do PMDB e dos integrantes da Força Municipalistana noite desta segunda-feira.
Os representantes do prefeito, Gean Loureiro e Adriano Zanotto (E), leram a carta em que Dário apresenta seu nome na frente de Pinho Moreira (D)
Foto:
Susi Padilha
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