O atrito entre a Associação dos Times da Fórmula-1 (Fota) e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) parece estar bem longe do fim, mesmo depois de a FIA confirmar a inscrição das equipes que integram a associação no mundial da Fórmula-1 no ano que vem. Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da Fota, que está na França para acompanhar a tradicional 24 Horas de Le Mans, voltou a cogitar a criação de uma categoria independente, gerida pelas escuderias. As informações são do GloboEsporte.com.

– Ou do nosso jeito (como os integrantes da Fota querem) ou, como acontece em outros esportes, organizamos o nosso próprio campeonato. Porque quando você tem motores, caixas de câmbio, marcas, tecnologia, organização e capacidade de investimento, isso (fazer uma liga própria) não é difícil. Portanto o problema será resolvido, e eu espero que seja em breve – analisou.

O italiano reafirmou que no caso da Ferrari, a escuderia não disputará a próxima temporada da Fórmula-1 caso o regulamento imposto pela FIA não seja modificado.

– Não podemos repetir todos os dias que não entraremos no próximo campeonato da Fórmula-1 com essas regras e com nossos direitos violados. Mas hoje eu não quero muito falar sobre a Formula-1 porque aqui [em Le Mans] a atmosfera é muito boa – disse.

Luca di Montezemolo garante que a Fota quer apenas manter a identidade da categoria, mas assegura que a associação sabe da importância de reduzir os gastos das equipes.

– Queremos não apenas manter, mas queremos também melhorar o DNA da Fórmula-1, com tecnologia, inovação e competição. Queremos reduzir os custos de uma maneira muito importante, porque todos precisam disso, e eu acho que a Fota fez uma demonstração de como reduzir em 50% dos custos gerais de motor e câmbio para 2010 – continuou.

O italiano também mencionou algumas das sugestões feitas pela Fota para tentar chegar a um acordo com o presidente da FIA, Max Mosley.

– Todos nós vemos o que está acontecendo com a Fórmula-1. De qualquer forma, acho que nossas condições são construtivas e muito claras: melhor administração, regras estáveis; as pessoas não entendem todas as mudanças de regras de seis em seis meses, um dia o Kers, no outro dia motores padronizados; e olhando para o futuro, ter um equilíbrio entre o custo e a arrecadação – declarou.

Para encerrar, o presidente da Ferrari aproveitou para mandar um recado para os torcedores do time de Maranello.

– Nossa intenção é continuar participando da Fórmula-1, se as condições forem aceitas. Se não, como digo aos nossos torcedores ao redor do mundo que entram em contato com a gente pela Internet, o DNA da Ferrari é competir. Se pararmos (de correr) na Fórmula-1, correremos em outro lugar, com certeza e Le Mans será uma de nossas primeira prioridades – salientou.