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 | 18/10/2011 08h05min

Bilhete de 12 linhas indica mobilização do PC do B em busca de verbas do Esporte

Remetente é apontado como o responsável pela entrega do dinheiro desviado da pasta

Um bilhete de 12 linhas escrito em 2003 registra a mobilização do PC do B em busca das verbas do Ministério do Esporte, após a conquista pelo partido do comando da pasta, ocorrida naquele ano. O bilhete pede a liberação de dinheiro público para localidades governadas por correligionários e para emendas do então líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).

O destinatário é Ricardo Leyser, hoje secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, homem forte da equipe do ministro Orlando Silva e do PC do B. Em junho de 2003, Leyser era assessor especial do ministro Agnelo Queiroz.

O remetente é Fredo Ebling, membro e funcionário do partido, apontado pelo policial militar João Dias Ferreira como responsável pela entrega do dinheiro desviado da pasta por meio de convênios com ONGs.

O bilhete registra o que destinatário e remetente têm em comum: o partido, que já detinha gestores na área de esportes em Estados e municípios. A legenda conta com 5 secretários estaduais e mais 22 secretários municipais. A conta pode estar subestimada. O PC do B tem também 42 prefeitos e 66 vice-prefeitos filiados ao partido.

— É natural que os secretários pressionem para liberar, o pessoal lá fica passando sufoco e dizendo que é o ministério do partido. Isso é algo absolutamente natural da política, não tem nada de errado, todo dia se faz — reagiu Fredo Ebling na terça-feira, ao reconhecer o bilhete.

— Se fosse sacanagem, eu não teria mandado por escrito, teria falado pessoalmente — insistiu Fredo, que conta 32 anos de partido. Atualmente, ele trabalha na liderança do PC do B na Câmara e integra a Secretaria de Relações Internacionais.

Fredo Ebling conheceu o homem que o denuncia por conta da vida partidária. O policial militar João Dias foi candidato a deputado distrital pelo PC do B em 2006, quando Ebling disputou uma vaga na Câmara.

— Ele me envolve agora para tentar dar um verniz de verdade a essa loucura, ele está desesperado — afirmou.

Na época do bilhete, era chefe de gabinete da liderança do governo. Alega que era papel da liderança enviar pedidos de aliados políticos do governo a ministros. Mas não há registro de pedido para outro partido além do PC do B.

Agência Estado
 
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