A crise no Avaí chegou ao seu ápice na semana que passou. A derrota para o Vasco, na Ressacada, e a queda do técnico Alexandre Gallo deixaram o clube em uma situação alarmante que só será contornado com vitórias e a permanência na elite do Brasileiro. Tá certo que o clube ainda tem muitos jogos pela frente, que o campeonato está chegando apenas na metade, mas tudo tem um limite e o Avaí parece ter chegado ao seu.

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Os resultados negativos, a indiferença de alguns jogadores e os protestos dos torcedores podem ser explicados pela gestão e o planejamento mal executado. O Diário Catarinense analisou os fatos ocorridos nos últimos nove meses e concluiu: é preciso agir rápido e consertar o que parece sem conserto.  Colocar o time novamente nos trilhos e fazer da Ressacada um local a ser temido pelos adversários é o primeiro passo. Quem sabe, diante do Coritiba, neste domingo, às 16h, os primeiros sinais de reabilitação sejam mostrados.  O torcedor avaiano merece.

As trocas seguidas de treinadores explicam, em parte, o desastre de rendimento. Desde o início da temporada, três técnicos comandaram o clube — Vagner Benazzi, Silas e Alexandre Gallo — e apenas Silas saiu por vontade própria. Os outros dois foram demitidos por não atingir os objetivos traçados. Benazzi tinha a meta de conquistar o tricampeonato estadual e fracassou ainda no primeiro turno. Gallo foi contratado para tirar o Leão da zona de descenso e não conseguiu.

Abalado e sem confiança

Após a eliminação para o Vasco, na Copa do Brasil, o Avaí entrou em colapso. Ficou bastante abalado pela derrota e a confiança mostrada diante de adversários fortes, como Botafogo e São Paulo, que foram superados em jogos eliminatórios, desapareceu. Apenas depois de disputar 10 partidas no Brasileiro, a equipe voltou a vencer. Ainda assim, o triunfo sobre o Atlético-GO, no Serra Dourada, não foi suficiente. O Leão continuou oscilando muito, as atuações em casa deixaram a desejar e, mesmo renovado em mais de 70% pelo técnico Alexandre Gallo, o time fraquejou. Perdeu cinco dos oito jogos que disputou em casa e Gallo acabou sendo demitido.

Grupo dividido

Quando a má fase teve início, com três derrotas na Série A do Brasileiro, o técnico Silas recebeu proposta do Al-Arabi, dos Emirados Árabes, e deixou o clube. Alexandre Gallo foi contratado e o grupo de jogadores passou por uma grande reformulação. Cinco atletas foram afastados, entre eles o lateral George Lucas e o zagueiro Emerson Nunes, e reforços com bagagem internacional, como o zagueiro Cláudio Caçapa e os meias Lincoln e Leandrinho, chegaram. O entra e sai mexeu com os brios e parte do elenco ficou dividido. Remanescentes da era Silas, como o volante Marcinho Guerreiro, cobraram explicações do novo comandante e levaram a pior, sendo desligados.

Problemas físicos

Logo na chegada, Gallo identificou problemas na preparação física. Disse que o grupo não tinha condições de suportar o ritmo de jogo e isso dificultava o seu trabalho. Emerson Buck, contratado em fevereiro deste ano para substituir Ronny da Silva, não gostou da avaliação e reclamou publicamente. Acabou sendo afastado da comissão técnico e Elliot Alves, indicado por Gallo, assumiu o cargo. A equipe passou a trabalhar em um outro ritmo e, mesmo que o condicionamento físico tenha melhorado, a performance dentro de campo pouco mudou.

Ausência de um time base

Parte dos problemas do Avaí pode ser explicado pela falta de uma identidade. Passados oito meses, o torcedor ainda não sabe quem são os 11 titulares do Leão. Para se ter uma ideia, 60 jogadores entraram em campo com a camisa do Leão nesta temporada. Isso significa mais de cinco times diferentes. Um número assustador e que mostra, também, falta de convicção dos dirigentes. Desses 60 atletas, 20 não estão mais no clube. Foram liberados, emprestados ou colocados para treinar à parte.

O Avaí que deu certo

Pode soar estranho, mas o time base do Coritiba é o Avaí que deu certo. Na equipe paranaense estão o zagueiro Emerson, o volante Léo Gago, o lateral-esquerdo Eltinho, o atacante Leonardo e o meia Davi. Todos defenderam o Leão nas últimas duas temporadas e certamente deixaram saudades para a torcida. Neste domingo, Emerson e Davi estarão em campo.

Ele vai estar no estádio?

O Avaí pode anunciar, neste domingo, o novo treinador. O presidente João Nilson Zunino não descarta a presença do profissional no Estádio da Ressacada para assistir ao jogo contra o Coritiba. Os nomes especulados são os de Emerson Leão, Márcio Goiano, Geninho e Roberto Cavalo. Paulo Roberto Falcão e Gilson Kleina correm por fora.

A dificuldade da matemática

Em penúltimo lugar no Brasileiro, o Avaí tem 21 jogos pela frente e 63 pontos para disputar. Destes, terá de conquistar pelo menos 32, ou seja, quase 50% deles para livrar-se matematicamente da ameaça de rebaixamento. O problema é que os dois últimos treinadores do Leão não conseguiram isso neste ano. Sob o comando de Silas, o aproveitamento foi de 47,8% e, sob o comando de Gallo, 30,7%. Apenas Vagner Benazzi, demitido ao final do primeiro turno do Estadual, superou esse percentual. Atingiu 53,8%.

FICHA TÉCNICA

AVAÍ

Felipe; Daniel, Gustavo Bastos, Welton Felipe, Romano; Bruno, Batista, Fabiano, Pedro Ken; Rafael Coelho, William
Técnico: Edson Neguinho

CORITIBA

Edson Bastos; Jonas, Jeci, Emerson, Eltinho; Leandro Donizete, Gil, Anderson Aquino, Tcheco; Marcos Aurélio, Leonardo
Técnico: Marcelo Oliveira

Arbitragem: Francisco Assis Almeida Filho-CE, auxiliado por Altemir Hausmann-RS e Thiago Gomes Brigido-CE
Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis
Horário: 16h

Liberação de pistas: Sentido Centro-Ressacada (13h55min às 14h15min, 14h30min às 14h50min, 15h05min às 15h25min e 15h40min às 16h); sentido Ressacada-Centro (17h45min às 17h55min, 19h48min às 20h08min e 20h40min às 21h)

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