Nas entrevistas após o empate em 1 a 1 do Grêmio com o América-MG, na noite desta quarta, jogadores, treinador e dirigentes tentaram se explicar no Olímpico. Diversas vezes as respostas caíram sobre a transição de trabalho com o Brasileirão em andamento. Julinho Camargo assumiu a equipe tricolor no início de julho, depois da queda de Renato. O atual comandante não conta com uma boa sequência, sendo quatro jogos e apenas uma vitória.

Cobrando comprometimento, ao mesmo tempo que reitera confiança no grupo que está em suas mãos, Julinho foi direto:

— Eu não vou esperar o "se". Perdemos uma Libertadores em casa e o Gauchão também. Não vou bater com ninguém aqui. Vou abraçar os caras, proteger. Quem não acredita dá um passo para trás e sai. Eu acredito e vou trabalhar forte nisso — comentou.

Na sequência de perguntas, o técnico esclareceu que não quer dizer que exista alguém dentro do vestiário que não esteja comprometido, mas viu a necessidade do alerta:

— É uma forma de falar, não que tenha alguém, nosso vestiário é bacana. Mas quando se cria essa dúvida quando precisávamos dos três pontos, e veio um empate, isso tem que ser reforçado.

Com Renato, contratado no segundo turno do Brasileirão passado, o Grêmio conseguiu se recuperar, principalmente com uma dose extra de motivação no vestiário. O futebol da equipe também melhorou. Tanto que a melhor campanha do returno foi justamente a do Tricolor.

Mas na virada do ano o sucesso não se repetiu. Como citou Julinho, o título do Gauchão não veio - só o do primeiro turno, a Taça Piratini -, e a eliminação na Libertadores foi precoce, nas oitavas de final. O que ameaçou Renato no cargo. Com opiniões contrárias às da presidência, o técnico não resistiu.

— Não vou jogar a bola para a direção. Não vou cobrar reforços. Peguei esse elenco e a bronca é comigo. A composição do elenco não foi feita por mim. Vou ficar com esses caras pois acredito neles — disse Julinho. — É o começo, mas no meio do bombardeio — completou.

Os reforços contratados nesta temporada foram Escudero, Marquinhos, Rodolfo, Miralles e Gilberto Silva. O vice de futebol Antônio Vicente Martins admite que foram feitas poucas contratações, e reafirma que este é o grupo que deve seguir até o final da temporada.

— O Julinho pegou o carro andando, pegou o grupo já machucado e com a relação conflitada com o torcedor. Talvez tenha faltado (alguma contratação), não vamos fazer uma avaliação em meio ao campeonato — disse o dirigente, que completou: — O Grêmio não deixou de render porque o Renato caiu, o Grêmio não está conseguindo render neste ano.

O atual técnico tricolor, em 25 dias de trabalho, acredita que vive o momento mais complicado, principalmente após empatar com o 18º colocado dentro de casa. Agora, a necessidade será de buscar pontos no Rio de Janeiro, contra o Flamengo, que nesta quarta venceu o Santos por 5 a 4 na Vila Belmiro.

— Me preocupa bastante. Estes três pontos eram importantes para o jogo com o Flamengo. Agora vamos levar a carga para lá — disse.

O Grêmio tem apenas dois pontos a mais que o Bahia, hoje o primeiro dos quatro ocupantes da zona de rebaixamento. O presidente Paulo Odone descartou dispensar jogadores. Mas disse que irá cobrar um novo comportamento do grupo já a partir do jogo de sábado, no Engenhão.

Próximos jogos
30/07 - Flamengo x Grêmio
03/08 - Grêmio x Atlético-MG
06/08 - Palmeiras x Grêmio

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